Passagem por Miami confirma EUA como casa da seleção no ciclo para 2014

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

A passagem da seleção brasileira por Miami confirmará a trajetória "ianque" da equipe desde a Copa do Mundo de 2010. Desde a eliminação diante da Holanda, com uma nova parceira para amistosos, a equipe verde-amarela acostumou-se a ter os Estados Unidos como casa, trocando a proximidade de Londres por um tour pela América.

No período em que esteve sob o comando de Dunga, a seleção foi mais vezes à capital inglesa que a qualquer outro lugar no mundo. De 2006 a 2010, sete dos 26 amistosos realizados pelo Brasil aconteceram na cidade europeia, contra quatro nos Estados Unidos.

No atual ciclo, o cenário se inverteu. Sob o comando de Mano Menezes ou de Luiz Felipe Scolari, o Brasil já foi jogar na terra do Tio Sam sete vezes, contra cinco passagens pela Inglaterra.

A mudança tem a ver com uma questão comercial. Até novembro de 2011, quem organizava os amistosos da seleção era a agência Kentaro, com sede em Londres. Desde então, naquele que foi o último contrato da gestão Ricardo Teixeira à frente da CBF, quem decide o futuro da seleção são os árabes da ISE.

Na prática, a diferença é que na Europa o Brasil fixava "residência" em Londres ou adjacências. Nos Estados Unidos a ordem é rodar pelo país, e o time já visitou Nova Jersey (três vezes), Washington, Dallas, Boston e agora estreará em Miami no próximo sábado, contra Honduras.

A estada foram longas e marcantes. Só o estádio Metlife, casa do futebol americano nova-iorquino, tem três boas histórias para contar. Foi lá que Neymar estreou pela seleção brasileira, contra os donos da casa, em 2010, em uma atuação de gala no primeiro jogo de Mano Menezes.

Dois anos depois, às vésperas das Olimpíadas, o estádio de Nova Jersey viu Lionel Messi dar um show. Com três gols, o melhor jogador do mundo comandou a Argentina em um 4 a 3 memorável contra o Brasil. Meses depois, Neymar voltaria ao mesmo local para perder um pênalti, no empate contra a Colõmbia que marcou o milésimo jogo da seleção, nas contas da CBF.

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  • Reuters

Outras passagens também foram marcantes. Em junho do ano passado, o Brasil foi surpreendido pelo México em Dallas. O estádio, famoso por seu telão gigante, parecia receber um prenúncio do que estaria por vir na final olímpica, outro jogo-chave no caminho de Mano na seleção.

Até Felipão já experimentou a fase "ianque". Em setembro, pouco depois do triunfo na Copa das Confederações, o técnico reviu Portugal em um jogo duro, mas saiu satisfeito com o 3 a 1 comandado por Neymar.

O jogo do próximo sábado, porém, deve encerrar esse "namoro" com os Estados Unidos, ao menos até a Copa do Mundo. Em 2014, Felipão terá apenas uma data Fifa antes de fazer a convocação final, e o Brasil deve usá-la para encarar a África do Sul, em Johanesburgo.

Por isso, Felipão terá de caprichar agora no "adeus". Nesta segunda a seleção se apresenta em Miami, onde fará cinco treinos ao todo, quatro deles antes de encarar Honduras no próximo sábado, no estádio Sunlife, casa do Miami Dolphins, da NFL. No domingo, depois de mais um trabalho na cidade, a equipe viaja para Toronto, onde encara o Chile na terça seguinte, 19 de novembro, no último amistoso do ano. 

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