Neymar tem ano de evolução contra "gigantes" e se torna mais preciso
Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Paulo
A discussão sobre como Neymar enfrentaria os melhores do mundo, que dominou o futebol brasileiro nas duas últimas temporadas, cada vez tem menos peso. Grande estrela da seleção que se apresentou para os dois últimos amistosos do ano, o atacante mostra, em números, que cresceu no duelo contra "gigantes", chutando melhor e driblando mais nesse tipo de confronto.
A evolução aparece na comparação das atuações de Neymar contra Inglaterra e Itália, os dois primeiros amistosos sob o comando de Felipão; na Copa das Confederações; e em jogos decisivos para o Barcelona, como contra Real Madrid e Milan.
Diante de Inglaterra e Itália, Neymar sofria ao lado de seus companheiros pelo tabu do Brasil contra times campeões mundiais. Os tropeços consecutivos diante de seleções de peso colocavam toda a geração em xeque, com destaque especial para o ex-santista. Naqueles dois jogos somados, segundo o Datafolha, o jogador acertou 28,5% das finalizações que tentou, aplicando 2,5 dribles por jogo.
As atuações discretas pesaram, e o Brasil perdeu e empatou dos dois times, respectivamente. Os resultados aumentaram o peso sobre Neymar a caminho da Copa das Confederações, que serviria como mais um teste para o jogador. Foi o primeiro grande momento do atacante em nível mundial, com atuações decisivas diante de Itália, Uruguai e, principalmente, Espanha.
Neymar, Bola de Ouro do torneio, terminou com média de 5,6 dribles por jogo, acertando 60% de suas finalizações. Era, àquela altura, um belo cartão de visitas para quem estava prestes a assumir um novo lugar no cenário internacional, recém-contratado pelo Barcelona.
No clube espanhol, diante de rivais de peso, Neymar confirmou a mudança de status. Em nove partidas disputadas no clube, ele já é o jogador que mais dribla, com 4 por jogo, atrás apenas dos 4,2 de Lionel Messi, segundo o site "Whoscores", especializado em estatísticas.
Em jogos de maior peso, ele ainda se destaca pela precisão. Contra o Real Madrid, por exemplo, ele acertou três dos cinco chutes que tentou na meta adversária. Em uma delas, marcou um gol importante na vitória do Barcelona no clássico.
Diante do Milan, na semana passada pela Liga dos Campeões, Neymar não chutou tão bem, mas driblou como o dono do time, literalmente. Segundo o "Whoscored", ele e Messi deram as mesmas cinco fintas na partida, liderando o quesito entre os dois times.
Tudo isso aumentou o prestígio internacional de Neymar, indicado na última segunda, pela quarta vez na carreira, ao prêmio de melhor gol do ano da Fifa. Nesta semana, ele estará mais uma vez sob o comando de Luiz Felipe Scolari, figura importante nessa reviravolta na carreira do jogador, que hoje é tratado como a grande estrela do Brasil pela imprensa em Miami, por exemplo.
A cidade americana receberá, no próximo sábado, dia 16, o amistoso contra Honduras, às 22h30. O último jogo do ano será três dias depois, na terça, em Toronto, no Canadá, às 23h (ambos horário de Brasília).