Sem Lula, 1º evento no Itaquerão tem Ivete como atração principal

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

Uma arquibancada repleta de corintianos que, mesmo de terno, se abraçavam e pulavam para os lados no tradicional ritmo do "poropopó", que embalou a torcida por anos no Pacaembu. A cena resume bem a primeira noite do Itaquerão, em que o Corinthians recebeu Ivete Sangalo com pompa, mas sem deixar de lado suas raízes.

No corredor de mármore da ala leste do estádio, cerca de 3 mil pessoas se reuniram a caráter para a comemoração dos 103 anos do Corinthians, completados no início deste mês. Foi também o primeiro grande evento do Itaquerão, que até então só tinha recebido vistorias oficiais e festas para funcionários da obra.

Luiz Inácio Lula da Silva, amigo de Andrés Sanchez e torcedor fanático do clube, não compareceu, mas foi citado pelo ex-presidente do Corinthians como "um dos que mais batalhou" pelo estádio no discurso de abertura da cerimônia.

A cúpula da cartolagem brasileira também deu as caras. José Maria Marin, presidente da CBF e, em tese, rival político de Andrés, foi ao estádio no início da festa e deixou o local antes do início do show de Ivete Sangalo.

Para a maioria dos presentes, no entanto, toda essa turma passou despercebida. Corintianos ilustres e desconhecidos aproveitaram a oportunidade para curtir a nova casa. Antes do show, serviram-se à vontade de uísque, champanhe, cerveja e refrigerantes que eram servidos, podendo beliscar desde canapés mais elaborados a quitutes simples como coxinhas e folheados de queijo.

Os convidados eram, em sua maioria, ligados a conselheiros e sócios do clube, e a regra de "traje social completo" não impediu que muitos deles fizessem referências ao time. Corintianos mais fanáticos levaram cachecóis da passagem recente pelo Japão e gravatas com o escudo estampado, enquanto as moças abusaram da mistura de preto e branco em seus vestidos, sempre com referências ao clube.

Quem foi como convidado de honra ficou em uma área VIP, isolada do resto do evento, e pôde curtir a festa quase sem ser incomodado. Foi o que fizeram autoridades como os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Alexandre Padilha (Saúde) e Miriam Belchior (Planejamento), principais autoridades federais presentes na festa.

Quando a festa propriamente dita começou, todos ocuparam um lance de arquibancadas para ver a bateria da Gaviões da Fiel, recebida com honrarias da presidência corintiana, a despeito dos problemas recentes causados em estádios. Os convidados, abraçados, não hesitaram em puxar o "poropopó" a caráter quando solicitados, pulando para os lados ao som de "O Corinthians veio pra vencer".

A festa ainda teve gritos de gol, bandeirão erguido na nova casa pela primeira vez e saudações a ídolos do passado como o ex-goleiro Ronaldo, Biro-Biro e Basílio. Quando Ivete Sangalo entrou no palco, o clima de exaltação só aumentou.

"Vai, Corinthians", disse a cantora baiana em sua primeira fala, conquistando logo de cara os presentes. Diante de um público bem menor do que está acostumada, Ivete dominou o palco e pôde brincar com quem estava na plateia. Com bom humor, fez senhores grisalhos ensaiarem coreografias, deu conselhos a mulheres grávidas e tirou de letra situações embaraçosas como o assédio de um fã mais ousado, que queria tirar foto por baixo de seu vestido.

"Acho que o Andrés fez muito bem em me chamar para vir aqui", disse ela, sem falsa modéstia, no meio de sua apresentação.

Com o fim da festa, o Corinthians volta às obras. O estádio deve ser parcialmente entregue no fim deste ano, quando faltará apenas a instalação das arquibancadas provisórias, que serão usadas na Copa do Mundo de 2014. O clube só deve estrear a nova casa no ano que vem, em algumas partidas do Paulista, mas o cronograma ainda será definido nos próximos meses.

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