Seleção falha como vitrine e só Neymar entra no top 10 de transferências

Paulo Passos

Do UOL, em Brasília

Campeã da Copa das Confederações em campanha irrepreensível com direito a vitória sobre a Espanha na final, a seleção brasileira parece ser a vitrine ideal para um jogador de futebol. Não foi, entretanto, o que comprovou a última janela de transferências, período aberto para negociações na Europa. Do time que venceu o torneio com Luiz Felipe Scolari no comando, cinco (Neymar, Luiz Gustavo, Bernard, Fernando e Paulinho) trocaram de equipe. Desses, só o atacante do Barcelona envolveu cifras suficientes para entrar na lista dos 10 negócios mais caros do mercado.

Ao mesmo tempo outros três brasileiros entraram no ranking, sem nunca terem sido chamados por Felipão: Marquinhos, que trocou a Roma pelo PSG, por R$ 97 milhões, Willian, que foi para o Chelsea por  R$ 119, e Fernandinho, que custou R$ 125 ao Manchester City.

Nesta segunda-feira, a janela de transferências fechou na Europa. Com isso, os jogadores não poderão mais trocar de clube até o final do ano.

A maior expectativa frustrada do período de negócios para os jogadores da seleção foi o caso de Júlio César. Titular e decisivo na Copa das Confederações, ele tentou, sem sucessor, deixar o Queens Park Rangers. O clube caiu para a segunda divisão da Inglaterra, mas ao menos por enquanto o brasileiro terá que cumprir seu contrato, válido até 2016

"Estava preparado psicologicamente para isso. Se surgisse algo, como surgiu, era uma situação para conversar com o presidente, mas não deu", afirmou Júlio César. "Felipão já deixou claro que vai dar oportunidade independentemente da divisão do clube", completou.

Segundo o agente do arqueiro, Josias Cardoso, as propostas feitas pela seu cliente não chegaram ao valor exigido pelo QPR. "O mercado para goleiro é mais restrito também", explica. Napoli e Arsenal foram os time que chegaram mais próximos de um acerto com o brasileiro.

A idéia é que Júlio César volte a jogar no clube após o período com a seleção, nos amistosos contra Austrália e Portugal. Estar atuando, alias, é uma das exigências de Scolari para os seus jogadores.

O recado foi dado em conversas reservadas e até mesmo em entrevistas do técnico. Após ouvir isso, Luiz Gustavo, por exemplo, titular na Copa das Confederações, aceitou deixar o poderoso Bayern de Munique para defender o Wolfsburg, também da Alemanha. Pep Guardiola, novo técnico do atual campeão europeu, já havia que não contava com o brasileiro entre os titulares.

Caminho semelhante tomou Maicon, que não era chamado há dois anos para a seleção e foi convocado após deixar a reserva do Manchester City para ser titular da Roma.
 

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