Vitória encerra 'chororô' e Uruguai vê torcida contra como sinal de grandeza

José Ricardo Leite e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Salvador

  • AFP/Vincenzo Pinto

    Os "Diegos" Lugano (e) e Forlán (d) comemoram a vitória do Uruguai sobre a Nigéria na última quinta

    Os "Diegos" Lugano (e) e Forlán (d) comemoram a vitória do Uruguai sobre a Nigéria na última quinta

Depois de uma semana de lamentações da falta de campo para treinar nas sedes da Copa das Confederações e do trânsito na cidade do Recife, a vitória do Uruguai por 2 a 1 sobre a Nigéria, em Salvador, foi o suficiente para que tudo mudasse de uma hora para outra na Celeste.

No lugar de reclamações, os uruguaios utilizavam palavras que exaltavam tudo que ocorreu na capital baiana antes do duelo com o time africano. Membros da delegação pareciam ignorar o fato de não terem treinado na Arena Fonte Nova e de realizar uma atividade no desgastado e comprometido campo do Barradão na véspera do confronto.

Autor de um dos gols da vitória sobre a Nigéria, o capitão Lugano resumiu bem o novo sentimentos dos uruguaios.

"Nada [sobre problemas], nada, foi tudo muito bem. Fomos muito bem recebidos e todos estão fazendo o possível por nós. Está perfeito, e o trânsito é algo que ocorre em todos os lugares do mundo", falou o zagueiro.

"Não, nenhum tipo de coisa nos atrapalhou. Ocorreu tudo bem e sem nenhum problema", endossou o atacante Forlán, autor de outro gol da Celeste na última quinta-feira.

A autoestima ficou maior até com a torcida contra dos brasileiros na Fonte Nova. Lugano ressaltou que o fato de os torcedores terem hostilizado o time sul-americano e incentivado muito o africano é sinal de grandeza e tradição dos uruguaios.

"É muito bom saber que o torcedor nos respeita. Se não torceram por nós, é porque nos respeitam e sabem que muitas vezes fomos a pedra no sapato do caminho do Brasil. Isso nos enche de orgulho. O estádio foi espetacular, o público também. Nada nos incomodou".

Protestos, lama e horário ruim
E apesar do novo discurso dos jogadores, a vida da seleção uruguaia no Brasil não tem sido fácil até o momento. Em Recife, primeira cidade a receber a delegação para a Copa das Confederações, a Celeste já havia ficado sem treinar por conta de chuvas, e chegou a reclamar das condições encontradas na atividade realizada no CT do Sport.

Em Salvador, novos problemas para treinar. Primeiro, a comissão técnica não gostou do horário estipulado pela Fifa (20h30) e resolveu não treinar na Fonte Nova na véspera do confronto contra a Nigéria. Com isso, marcou um treino no Barradão, onde teve novos incômodos, desta vez com o campo ruim e com muita lama do estádio do Vitória.

Por fim, o resort que hospedava a delegação foi alvo de manifestações de funcionários da rede hoteleira. Em greve, eles largaram o trabalho e foram para a porta do local estender faixa e protestar.

Tudo, porém, parece não incomodar mais o Uruguai. Após a vitória, a seleção do técnico Óscar Tabárez  o problema era mesmo a falta de vitórias, encerrada após o 2 a 1 sobre a Nigéria.

O resultado praticamente encaminhou a classificação uruguaia à próxima fase. O time depende apenas de uma simples vitória sobre o modesto Taiti e um derrota dos africanos para a Espanha para avançar.

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