Em meio à crise política que emana das manifestações que tomaram o país, a presidente Dilma Rousseff ligou, nesta sexta-feira, para o governador da Bahia. Em entrevista coletiva, Jaques Wagner revelou a conversa, na qual reforçou o compromisso de que o jogo entre Brasil e Itália, marcado para este sábado, ocorrerá em segurança na Arena Fonte Nova. 

"Ela fez contato comigo hoje, pelo que me disse fez contato também com o Anastasia [Antonio, governador de Minas Gerais], que vai receber outro jogo no sábado. É óbvio que a presidenta está acompanhando, como a mais alta mandatária do país, seguramente se preocupa, como eu", disse Jaques Wagner. 

Segundo a assessoria de imprensa do político, Dilma fez o telefonema para o colega de PT para saber mais sobre os acontecimentos em Salvador. Teria ouvido, de volta, a promessa de que tudo está sob controle, repetida depois diante dos jornalistas. 

"Eu, pessoalmente, não vejo perigo nenhum. Entendo que a gente tem formas e estrutura de garantir a tranquilidades das equipes, da Fifa e de todos aqueles que vão no jogo. Eu creio que será dos jogos mais esperados dessa Copa e não tenho duvida de que o bom senso vai prevalecer", disse o governador. 

A declaração de Jaques Wagner é uma tentativa de restabelecer a confiança na Copa das Confederações após um dia turbulento em Salvador. 

Na última quinta, cerca de 20 mil pessoas foram às ruas em Salvador, acompanhando a onda de levantes que está ocorrendo em todo o país. O foco principal na capital baiana era a Copa das Confederações, já que a Fonte Nova recebeu o jogo entre Uruguai e Nigéria e, no fim de semana, decidirá a vida do Brasil no torneio. 

Nas cercanias do estádio, manifestantes entraram em um confronto violento com a polícia, com casos de vandalismo pela cidade. Um ônibus da Fifa foi atacado, e o hotel onde a delegação da entidade está hospedada sofreu uma tentativa de invasão. Além disso, a seleção chegou a Salvador em meio a uma greve de hoteis que incluem o estabelecimento em que ela está instalada. 

Jaques Wagner, ainda segundo a Secom, explicou que o confronto entre policiais e manifestantes se deu porque o protesto tentava furar o bloqueio no perímetro da Fonte Nova, mas prometeu averiguar abusos na contenção. Além disso, pediu que se elabore uma pauta de reivindicações, para que o Governo do Estado possa entrar em negociação. 

"Eu quero me colocar à disposição de lideranças que queiram dialogar, propor uma pauta, criar uma demanda, seja conosco ou com o Governo Federal. A manifestação tem de ser dirigida para um objetivo. Se não for, você acaba se perdendo e dá vazão à depredação. Isso não contribui", completou ele.