Família do Taiti viaja 30 mil km em 3 semanas para acompanhar seleção
Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
-
Vinicius Konchinski/UOL
Família do Taiti faz festa antes do jogo da seleção contra a Espanha, no Maracanã
Três pessoas, 30,7 mil quilômetros e uma seleção. Esse é o pequeno resumo de uma aventura assumida há três semanas por uma família do Taiti, que veio ao Brasil para acompanhar a histórica campanha da seleção da Oceania na Copa das Confederações.
Manu Glacial, Florina Chang e a filha deles Anavai Glacial deixaram a pequena cidade de Taravao, que tem cerca de 5 mil habitantes, com destino ao Brasil. De lá, viajaram mais de 15 mil quilômetros para Paris, na França, já sabendo que a longa viagem de avião seria só o início de uma odisseia.
Da capital francesa, pai, mãe e filha voaram para a cidade de Cayenne, na Guiana Francesa. Lá, descansaram por uma semana e resolveram pegar um táxi para viajar 134 quilômetros até o Oiapoque, no Amapá, extremo norte do Brasil.
Chegando em Oiapoque, foram para Belém, no Pará. Foram mais quase 1,5 km de ônibus e barco para chegar a uma capital de Estado no Brasil.
De Belém, Manu, Florina e Anavai viajaram para Fortaleza, no Ceará, uma das seis cidades-sede da Copa das Confederações. O Taiti, contudo, não joga na capital cearense. Por isso, nesta semana, todos viajaram até o Rio de Janeiro para enfim assistir a uma partida da seleção.
"Cheguei em frente ao Maracanã e uau... Já valeu todo o esforço", afirmou Manu, o pai, que nasceu na França, mas mora no Taiti há anos. Foi lá que Manu conheceu sua mulher, Florina, mãe de Anavai.
Manu é motorista no Taiti e disse que fez muita poupança para poder vir ao Brasil. A viagem do Taiti ao Brasil, por exemplo, foi dividida em vários trechos porque assim ficou mais barata.
No Brasil, Manu disse que a família tem se hospedado em hotéis sempre muito simples. Nenhum dos viajantes fala Português e Manu "arranha" no Inglês. Por isso, se informar sobre tudo é muito complicado.
VEJA ROTA DA FAMÍLIA DE TORCEDORES DO TAITI*
- *Mapa meramente ilustrativo, sem escala
Toda a dificuldade, entretanto, compensa, disse Manu. Na quinta-feira, horas antes do Taiti ser derrotado por 10 a 0 pela Espanha, Manu observava sua filha dançar e fazer festa em frente ao Maracanã enquanto falava com o UOL Esporte.
"Ela não para de dançar. Está muito feliz", disse ele. "Isso compensa tudo."
Segundo Manu, a viagem da família Glacial ainda não acabou. Nesta sexta-feira, eles partem para Recife para assistir a Taiti x Nigéria. De lá, voltam para casa.
Manu disse que todos gostariam de ficar mais no Brasil. Falta só a seleção do Taiti ajudar. "Ficaríamos se fosse para ver o Taiti na final", brincou ele.