Em casa, Brasil tem regime fechado e privacidade por onde passa

Paulo Passos

Do UOL, em Fortaleza

A cena se repete desde a passagem da seleção brasileira por Goiânia, as vésperas da estreia na Copa das Confederações. Em frente ao hotel, torcedores – em sua maioria meninas e gritando por Neymar –esperam por um autógrafo ou aceno. Com câmera na mão, gritam e, invariavelmente, não conseguem ser atendidas.

Por onde passa durante essa Copa das Confederações, a seleção brasileira vive reclusa e com privacidade. A estratégia é uma ordem da dupla Luiz Felipe Scolari, treinador da seleção, e Carlos Alberto Parreira, coordenador técnico. Experientes e calejados por passagens na seleção, os dois colocaram como prioridade o que avaliam como proteção aos jogadores.

Na cartilha de isolamento uma estrutura fechada de hotel é item fundamental. Em todos os locais por onde passou, a seleção teve áreas exclusivas e chegou até a alugar mais de 100 quartos que não foram usados para evitar hóspedes, familiares e jornalistas perto dos atletas.

Durante os 16 dias de preparação, com passagens pelo Rio de Janeiro, Goiânia e Porto Alegre, até a chegada a Brasília, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) bancou as diárias de hotel para delegação. A partir do dia 12, os custos passaram a ser bancados pelo COL (Comitê Organizador Local) da Copa de 2014, braço da Fifa no Brasil.

"Qualquer equipe que vier jogar o Mundial aqui em Brasília, use o nosso hotel, muito bom. Conseguimos o que precisávamos para se fechar lá", elogiou Felipão.

Na capital federal, a seleção teve três andares do Brasília Palace Hotel, que foi projetado pelo arquiteto Lúcio Costa na época da construção da cidade. Apenas hóspedes entravam no hotel, mas nem eles tinham acesso à área restrita da seleção.

O esquema de reclusão só foi maior em Goiânia, onde a seleção fechou o hotel Mercure exclusivamente para a delegação e convidados. Mais de 100 quartos ficaram ociosos. Baseado no valor das diárias, a CBF teria gasto mais de R$ 210 mil.  

A seleção já tem seu roteiro previsto até o fim da Copa das Confederações. Na próxima quarta-feira a equipe enfrenta o México, no Castelão, em Fortaleza. Na estada na cidade, o isolamento é o mesmo dos outros destinos.

"Eles exigiram áreas exclusivas e nós atendemos. Os demais hóspedes não terão acesso aos jogadores", afirma Ana Luiza Costa Lima, gerente do Hotel Marina Park.

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