Guarda Municipal detém 30 cambistas no Maracanã durante Itália x México
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Pedro Ivo Almeida/UOL
02.jun.2013 - Cambistas também atuaram na partida de reinauguração do Maracanã, no início do mês
A Guarda Municipal do Rio de Janeiro deteve 30 cambistas no entorno do Maracanã no último domingo. À tarde, o estádio carioca recebeu sua primeira partida da Copa das Confederações. A Itália venceu o México por 2 a 1.
Nesta segunda-feira, a prefeitura divulgou um balanço da operação montada para o jogo. Além da detenção dos cambistas, agentes de controle municipal apreenderam cerca de 400 produtos que estavam sendo vendidos irregularmente no entorno do Maracanã. De acordo com a prefeitura, o comércio ambulante está proibido nos dias de jogo.
Também foram multados 138 carros estacionados perto do estádio. Ainda foram rebocados 195 veículos que estavam parados em lugar proibido.
De acordo a prefeitura, 30 mil pessoas deixaram o Maracanã de metrô. O escoamento dos torcedores durou cerca de 50 minutos e foi bem sucedido.
A prefeitura não mencionou em seu balanço efeitos do confronto entre polícia e manifestantes ocorrido durante o jogo. Um ato de cerca de mil pessoas contra o aumento da passagem de ônibus e do custo de vida no Rio foi reprimido pela polícia com tiros de bala de borracha, spray de pimenta e bombas de gás lacrimogênio.
O confronto ocorreu a lado da estação do metrô São Cristóvão e tumultuou a chegada e saída dos torcedores. A estação chegou a ficar fechada por mais de uma hora durante o jogo. Antes da partida e depois, entretanto, ela funcionou.
PM ALEGA QUE 'SALVOU' JOGO NO MARACANÃ E NEGA EXCESSO EM PROTESTO
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A Polícia Militar do Rio de Janeiro se pronunciou logo após o fim do protesto no entorno do Maracanã. Em entrevista coletiva, o porta-voz da corporação Frederico Caldas alegou depredações, disse que a ação evitou o cancelamento da partida entre Itália e México e negou excessos contra os manifestantes.
"Questão de excesso e limite é difícil de analisar friamente. Estavam em jogo questões sérias como a vida da cidade como um todo. Quero dividir com vocês esse dilema. Vamos nos preparar cada vez mais para evitar provocações. Foi recomendado máximo de cuidado. É chato comparar com SP [ação da polícia nos protestos de quinta-feira], mas está bem evidente o cuidado que tomamos no Rio. Houve depredação, bloqueio de vias. Se não tivesse isso, não haveria bombas e gás lacrimogêneo. Estamos calibrando nossa atuação. Não faltou preparo, equipamento, planejamento ou integração", disse.
"As pessoas querem chegar em casa. Sou cidadão e eles não me representam. 6 milhões podem ficar reféns de 2 mil? Não estamos lá para coibir ou proibir a manifestação. Temos clareza do que ocorre e há uma perplexidade no país inteiro. Não é tão simples assim. Quem vai responder se alguém morrer na ambulância impossibilitada de andar por causa de rua obstruída? Se o Choque não tivesse agido, o evento poderia não ter ocorrido", completou.