Neymar diz que seca de gols não o incomoda e valoriza futebol coletivo

Fernando Duarte

Do UOL, em Brasília

Neymar considera exageradas algumas críticas sobre seu desempenho na seleção. O atacante não marca há mais de 800 minutos. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, em Brasília, o atacante entende que tem cumprido as ordens dadas por Luiz Felipe Scolari e que certas cobranças feitas pela imprensa são injustas.

Na seleção, o comprometimento tático é maior, diz. "Se eu marco, é porque eu marco muito. Se desarmo, é porque desarmo. Se não corro, é porque não corro. Se não driblei é porque era para driblar. Às vezes não consigo entender algumas coisas", rebateu e seguiu com o mesmo discurso.

"Se eu marco muito, vocês reclamam. Se eu faço falta, vocês reclamam. Se não driblo, vocês reclamam. Acho que as pessoas conseguem evoluir em qualquer lugar. Com certeza, como eu disse, em qualquer lugar que você estiver você vai evoluir", finalizou.

Sobre não marcar há 800 min, o jogador do Barcelona diz que isso não significa algo negativo.

"Nada [respondendo sobre o que representava essa seca]. Não significa nada. Não é isso que vá mudar. Estou ajudando a seleção de outra forma. Claro que eu quero fazer gol toda hora. Mas se não vem, paciência".

Fora de campo, Neymar é venerado por torcedoras, que ficam à frente do acesso a hotéis e treinos da seleção em busca de autógrafo do atacante. As "neymarzetes" tiveram a concorrência das "luquetes", fãs de Lucas.

Neymar é constantemente perguntado sobre diferença no desempenho atuando pela seleção e no Santos. O jogador evita fazer comparações dos dois momentos, mas admite que o entrosamento no time paulista era muito maior, o que aumentava a produção em campo.

"O entrosamento é diferente. No Santos [o time] já me conhecia. A gente se entendia só no olhar. Aqui não. O time está se conhecendo ainda. Estamos achando um modo de jogar. E daqui a pouco as coisas que os jogadores fazem nos seus clubes farão naturalmente aqui".

Neymar admitiu que não é possível ter o mesmo rendimento na seleção, mas ressaltou que seu estilo de atuar continua o mesmo. "Claro que não tem como ser igual na seleção brasileira, mas estou jogando como sempre joguei. Nunca mudei meu jeito de jogar e nunca vou mudar, independente de estar no clube ou na seleção. Se cheguei na seleção é porque o que fazia no Santos dava certo". 

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