"Neymaaaaaar!". "Lucaaaaaaas!". Os gritos histéricos pela dupla da seleção são os mais frequentes nas portas dos hotéis ou dos treinamentos da equipe. Os dois Neymar e Lucas são grandes amigos e não disputam posição dentro de campo. Fora dele, porém, a situação é diferente no que se refere às fãs da dupla, as "Neymarzetes" e as "Luquetes".  As crianças e adolescentes ignoram a presença da equipe de Felipão, e querem mesmo é saber de seus ídolos, incluindo trocas de provocações.

A 'competição' para ver quem grita mais começou tímida, em Porto Alegre, já que fãs do ex-são-paulino eram raras, ao contrário das histéricas pelo ex-santista. Em Goiânia, porém, a situação ficou evidenciada.  Na porta do hotel, as Luquetes marcaram presença e superaram as 'rivais', igualando a "disputa".

"As Luquetes são mais bonitas, gritam mais e chamam mais a atenção. E o Lucas é mais simpático, quando dá ele tira fotos, dá autógrafos, pega nossos presentes. O Neymar nem olha para as Neymarzetes", afirmou Stella Moura, que, por coincidência, tem o mesmo sobrenome do jogador. "Sou esposa dele", brincou a fã em Goiânia.

"Não concordo não. O que adianta ser mais bonita se ele não quer nenhuma de vocês? O Neymar é lindo, muito mais que o Lucas. Isso que importa. Já sei que ele não vai me querer mesmo, ele já tem a Bruna Marquezine. Pelo menos ele é titular, né?", retrucou Juliana Riccone, uma das poucas que gritaram pelo camisa 10 na capital de Goiás.

Rebeca, de 14 anos, saiu de São Paulo e foi até a cidade para recepcionar Lucas, que chegava ao hotel após um dia de folga dado por Felipão. Ao ouvir tantos gritos, o jogador foi em direção à fã e pegou uma sacolinha de presente. Dentro, chocolates e um recado de incentivo a ele e à seleção brasileira. "Espero que ele goste. Ai, nem acredito", suspirava a garota".

Na capital gaúcha, houve até quem desejasse o agora jogador do Barcelona com inspiração na personagem Valdirene, da novela global Amor à Vida. Na porta do hotel da seleção, uma jovem disse que "queria se entregar para Neymar. "Vou dar uma de Valdirene. Minha casa é pequena, mas cabe ele lá", disparou.

A partir de julho, o ex-santista passará por uma situação que o companheiro de seleção brasileira tem vivido desde janeiro: a ausência das fãs histéricas. Desde que se transferiu para o PSG, Lucas andava chateado por não ter de ouvir os gritos e pedidos das torcedoras. Em Barcelona, onde atuará após a Copa das Confederações, Neymar também ficará sem suas fiéis companheiras - as brasileiras, pelo menos.

"Estava sentindo falta mesmo das Luquetes. Lá na França não tenho elas, é complicado (risos)", admitiu o jogador, em papo descontraído com o UOL Esporte terça-feira. "Mas competir com as Neymarzetes é complicado. É o Neymar, né?", completou o camisa 7, que andava 'em baixa' por não ter suas fãs em Porto Alegre.

Para se manter em contato com os torcedores (e torcedoras, principalmente) mesmo na França, o craque do PSG se utiliza das redes sociais. Pelo Twitter, recebe centenas de mensagens e costuma ter paciência para responder a maioria. "Ele é um fofo. Mesmo que demore um pouco, ele responde o que os fãs-clubes mandam para ele", falou Janaína Luize. 

"O jeito vai ser a gente mandar muita mensagem para o Neymar no Twitter e no Instagram. Uma hora ele vai ver, de tanto que eu vou atormentar. A gente mata a saudade de longe. É muito triste ele ir embora. 'Neymaaaar, te amoooooo", gritava Gabriela Martini, em direção às janelas dos quartos do hotel em Goiânia, interrompendo o papo com a reportagem. "Que menina barulhenta", reclamou uma "Luquete".  "Lucaaaas, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver", gritou na sequência.  "Depois eu que sou a barulhenta, né?", brincou a Neymarzete.

Disputas à parte, nenhum dos grupinhos de meninas conseguiu contato tão próximo com os selecionáveis. "Blindados" na concentração, eles só puderam ter contato com torcedores durante o último treino em Goiás, na Serrinha, nesta quarta-feira. Em Brasília, o time chegou sob forte segurança e o hotel foi completamente bloqueado para o acesso de quem não está hospedado lá.