Na mira de manifestantes, seleção muda logística para fugir de protesto
Fernando Duarte e Paulo Passos
Do UOL, em Goiânia
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André Luiz Mello/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Servidores estaduais fizeram protesto em frente ao hotel da seleção em Goiânia
O risco de ficar parado em engarrafamento por conta de um protesto na estrada que liga Goiânia a Brasília, a BR 060, levou a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) a mudar a logística da viagem da seleção brasileira. No planejamento inicial da entidade, estava prevista a ida de ônibus para a capital federal onde o time estreia na Copa das Confederações, no sábado, contra o Japão. A programação, porém, foi alterada e a equipe viajará de avião.
O motivo da troca é a ameaça dos servidores estaduais de Goiás de realizarem um protesto justamente para barrar a passagem do ônibus da seleção brasileira na estrada.
"Recebemos a informação de que haveria uma manifestação por conta da passagem da seleção brasileira. Um grupo de servidores estaduais pretendia parar o trânsito na BR 060 no trecho próximo a Anápolis. Informamos a CBF e parece que mudaram a logística. O protesto não deve mais acontecer", afirmou ao UOL Esporte, Alvaro Resende Filho, superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Goiás.
Para receber a seleção em Goiás, o governo do estado vai bancar a maior parte do valor gasto na reforma da Serrinha, sede social do Goiás, a Serrinha. O Estado vai ressarcir o clube em R$ 2,5 milhões por meio do programa Proesporte, que destina verba do ICMS para projetos esportivos. Para isso, no entanto, o governador Marconi Perillo teve de remodelar totalmente a lei que regula o programa.
A Serrinha foi utilizada para apenas dois treinamentos da seleção brasileira. Na maioria dos cinco dias de trabalho na cidade, a equipe usou o CT do clube goiano.
Na última terça-feira, os jogadores da seleção passaram por um constrangimento na volta do treinamento. Em frente ao hotel escolhido pela CBF em Goiânia, um grupo de estudantes fez um protesto contra o governador do estado, Marconi Perillo. Eles reivindicam reajuste salarial dos servidores e reclamam do dinheiro gasto pelo poder público para receber a seleção no estado.
"Quando o governador gasta com seleção e deixa a universidade em condições precárias, ele mostra que só está preocupado com o espetáculo. A presença da seleção é uma contradição na cidade", afirmou Bernardo Cunha, professor da UEG (Universidade Estadual de Goiás) que participou do protesto.
Apesar de todo o cenário criado, o Governo do Estado faz um balanço positivo da passagem. "O balanço é extremamente positivo para Goiás. O nome do estado está na televisão, na mídia nacional. A avaliação é de um retorno ótimo em todos os sentidos", disse Cardoso Batista, assessor imediato do governador Marconi Perillo.