Menos boleiro com Scolari, Marin foge de holofotes na seleção

Paulo Passos e Ricardo Perrone

Do UOL, em Goiânia

  • Júlio César Guimarães/UOL

    José Maria Marin diminuiu aparições no ambiente da seleção brasileira

    José Maria Marin diminuiu aparições no ambiente da seleção brasileira

Presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e do COL (Comitê Organizador Local) da Copa de 2014, José Maria Marin tem se mantido longe dos holofotes. Diferentemente da postura adotada quando assumiu os dois cargos em março de 2012, o cartola agora evita contatos com a imprensa e diminuiu sua presença até mesmo no ambiente da seleção brasileira. Tem sido assim durante a preparação da equipe para a Copa das Confederações, onde não apareceu publicamente nos hotéis em que o time esteve concentrado no Rio de Janeiro, em Goiânia e em Porto Alegre.

O comportamento é diferente daquele adotado durante a gestão Mano Menezes na seleção. Ao assumir a presidência da CBF, Marin prometeu acompanhar de perto a seleção brasileira. Estaria de olho em tudo que se referisse ao time nacional. Como prova, começou exigindo com antecedência as listas de convocados do então técnico Mano Menezes.

"Tenho relacionamento perfeito com o Mano e com o Andrés [Sanchez, então diretor da CBF], mas a única coisa que pedi foi que me apresentassem a lista 48 horas antes da divulgação", afirmou antes da Olimpíada de Londres, em 2012. "Quem garante técnico no Brasil é resultado" também era uma das frases preferidas de Marin.

Com a dupla Luiz Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira no comando, Marin fala bem menos, mas quando o faz é sempre afirmando que os dois estão garantidos na Copa de 2014. "Se não ganharmos a Copa das Confederações em nada vai alterar o trabalho do Scolari", disse o cartola há pouco mais de um mês em evento na Federação Paulista de Futebol.

A confiança na dupla de veteranos na seleção não é o único motivo que fez Marin brecar as aparições públicas onde há jornalistas. Conforme passou a ser protagonista de notícias negativas, como sua relação com a ditatura militar, o cartola preferiu a discrição.

O isolamento do presidente da CBF se intensificou no início deste ano. Evitou aparições no hotel onde o time esteve hospedado e preferiu ser visto apenas nas tribunas de honra dos estádios.

Até como estratégia, normalmente não tem divulgado com antecedência sua aparição em eventos abertos à imprensa. Foi assim na visita à sede social do Goiás, a Serrinha, na semana passada e no almoço no Palácio Piratini, em Porto Alegre, com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. 

No último domingo, Marin esteve na Arena Grêmio para acompanhar a partida contra a França. Indagado pelo UOL Esporte se iria ao vestiário cumprimentar a equipe, respondeu: "Prefiro deixa-los à vontade."

Porém, também conforme a assessoria de imprensa, o dirigente planeja retomar o contato com a equipe e estar mais presente em breve. A reta final de preparação para a Copa das Confederações escancarou o afastamento.

O distanciamento chegou a deixar a comissão técnica em situações constrangedoras. Coube à comissão técnica explicar para os torcedores de Goiânia que a seleção não faria treino aberto ao público na cidade. A capital de Goiás entrou no mapa da equipe por questões políticas. Marin esteve no Estado para se encontrar com o governador Marcone Perillo, mas não visitou a concentração e nem deu a cara a tapa para justificar os treinos sem fãs.

Ele também estava longe quando o amistoso contra a Inglaterra, no Maracanã, foi ameaçado por uma liminar. Ainda no Rio, sua presença no hotel da seleção foi anunciada em evento com um dos patrocinadores da CBF. Mas, alegando atraso em seu voo, ele não apareceu e a entrevista coletiva foi cancelada.

José Maria Marin, presidente da CBF
José Maria Marin, presidente da CBF

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