MT faz nova licitação para Arena Pantanal e custo do estádio aumenta em R$ 100 milhões
Vinícius Segalla
Do UOL, em São Paulo
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Aiuri Rebello/UOL
Até agora, obra está custando R$ 525 milhões, mas ainda comprar assentos e gramado, entre outros itens
O Governo do Estado de Mato Grosso está em fase de conclusão de um processo de licitação para a aquisição de equipamentos de tecnologia da informação e sistemas de som e iluminação para serem utilizados na Arena Pantanal, estádio que está sendo construído em Cuiabá para abrigar quatro jogos da fase inicial da Copa do Mundo de 2014. O custo inicial é de R$ 98,3 milhões.
Com isso, até agora, a Arena Pantanal está custando ao Estado de Mato Grosso um total de R$ 525 milhões. A soma inclui os R$ 98 milhões do sistema de TI, iluminação e som, os atuais R$ 420 milhões previstos para a construção do estádio e R$ 7 milhões para a empresa contratada para gerenciar e fiscalizar as obras. A empreitada está 70% concluída.
Mas que o contribuinte mato-grossense não se engane: já existe uma licitação em curso para a compra e a instalação dos mais de 40 mil assentos que serão colocados na arena, e outras licitações estão planejadas.
Assim, ainda não é possível saber quanto irá custar o estádio, pago 100% com dinheiro público, e que depois da Copa terá que ser mantido pelo Estado. A capacidade de público da arena após a Copa deverá ser de 27 mil pessoas.
O equipamento será utilizado principalmente nos jogos do Campeonato Mato-Grossense, que teve uma presença média de público em sua edição deste ano de 547 pagantes. A renda total líquida em todo o campeonato do Mixto, principal clube de Cuiabá, foi de R$ 9.416. As informações são da federação de futebol local.
O contrato inicial para a construção da Arena Pantanal, assinado em março de 2010 entre o Estado de Mato Grosso e o consórcio Santa Bárbara/Mendes Júnior, previa um custo total de R$ 342 milhões. De lá para cá, uma série de aditivos "gerados pela não previsão de itens necessários", conforme justificou, à época, o governo estadual, elevaram seu custo em R$ 100 milhões.
QUESTÃO DE PRIORIDADE
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O governo do Estado de Mato Grosso vem retirando desde 2009 verbas de um fundo estadual criado para custear obras de manutenção e melhoria de rodovias para gastar em obras da Copa. Até fevereiro deste ano, as transferências somavam R$ 660 milhões. LEIA MAIS
Em agosto de 2012, quando foi anunciado um aditivo de R$ 60 milhões ao contrato inicial, a Secopa-MT, pasta estadual que tem a chave do cofre das obras da Copa, tranquilizou a população, afirmando que desde o início o governo esperava gastar R$ 519 milhões com o estádio, e que o custo total da arena não ultrapassaria este valor.
Pois bem, com a licitação do sistema de TI, som e iluminação por R$ 98 milhões, a cifra já bate em R$ 525 milhões, e é certo que mais está por vir. Além disso, não está na conta o custo das obras feitas em torno do estádio, como os R$ 19 milhões que estão previstos para se construir a "Trincheira do Verdão", uma passagem de nível de uma avenida ao lado do estádio ou os R$ 12 milhões que serão gastos na restauração e pavimentação das ruas dos arredores da arena. Que o investimento valha a pena.
MAIS SOBRE MT: LICITAÇÃO DO VLT DE CUIABÁ SOB SUSPEITA
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A licitação para definir o consórcio construtor do VLT (veículo leve sobre trilhos) de Cuiabá, atualmente orçado em R$ 1,47 bilhão, tinha o seu vencedor conhecido pelo menos um mês antes da entrega das propostas dos consórcios concorrentes e da abertura dos envelopes.
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No dia 18 de abril deste ano, uma mensagem cifrada publicada no jornal Diário de Cuiabá revelou que o Consórcio VLT Cuiabá, formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda e Astep Engenharia Ltda, sairia vencedor do certame. O MP-MT (Ministério Público de Mato Grosso) foi informado sobre a mensagem e como decifrá-la. A abertura dos envelopes foi realizada no dia 15 de maio, confirmando o resultado.