Brasil abre 2 a 0, mas permite empate italiano e segue com jejum

Fernando Duarte e Paulo Passos

Do UOL, em Genebra (SUI)

O Brasil perdeu nesta quinta-feira uma grande chance de acabar com o jejum de mais de três anos sem vitórias sobre equipes do primeiro escalão do futebol mundial. Depois de abrir dois gols de vantagem no primeiro tempo, a equipe de Luiz Felipe Scolari sofreu pressão da Itália e empatou em 2 a 2 o amistoso disputado em Genebra, na Suíça.

O resultado, ironicamente, acabou punindo a seleção italiana, que esteve muito melhor em campo e poderia ter obtido sua primeira vitória em mais de 30 anos contra o Brasil não fosse uma noite inspirada do goleiro Júlio Cesar. Na segunda-feira, a seleção enfrenta a Rússia, em Londres.

Desde a noite de 14 de novembro de 2009, quando um gol de Nilmar deu ao Brasil a vitória contra os ingleses numa partida disputada em Doha, no Catar, a seleção não vence times de elite.  No período o time fracassou contra Argentina, Alemanha, França, Holanda e Inglaterra.

O Brasil ter ido para o vestiário com uma vantagem de dois gols no placar foi uma questão de oportunismo isolado e sorte. A Itália começou o jogo muito melhor, concentrando as ações no lado direito da defesa adversária, explorando especificamente espaços deixados por David Luiz. Já levou perigo aos dois minutos, num lançamento que deixou Giaccherini entrar nas costas do zagueiro do Chelsea e chutar para uma defesa de reflexo de Júlio César.

A seleção respondeu com Neymar, que aos quatro minutos chutou em cima de Buffon em vez de passar para Hulk, que corria livre pelo lado direito da área italiana. Logo, porém, a Azzurra tomou controle do jogo, dominando o ataque brasileiro e apostando no vigor do atacante Balotelli. Aos seis minutos, o jogador do Milan foi o alvo de um lançamento de Pirlo e, dentro da área, obrigou Júlio César a salvar com o pé esquerdo. Aos 13, depois de passear pela intermediária brasileira, levou perigo num chute de longe.

Foi apenas aos 17 minutos que a seleção conseguiu dar outro chute a gol, numa cobrança de falta de Fernando. Pirlo lançou Osvaldo aos 21 e Julio César precisou se jogar aos pés do atacante para abafar o chute. Sem encontrar espaços e errando muitos passes, o Brasil teve em um chutão para a frente de David Luiz a mostra da falta de inspiração que assolava a equipe.

Ao menos o time acertava a marcação, e um contra-ataque iniciado com uma roubada de bola na intermediária brasileira resultou num gol inesperado: Neymar lançou Hulk, que depois de não coneguir abrir espaço na área italiana, passou para Filipe Luís. O cruzamento do lateral foi desviado por Bonnucci e caiu na alça de mira de Fred, que bateu de primeira, sem chances de defesa para Buffon.

A Itália continuava no comando das ações e Balotelli forçou nova defesa de Júlio César aos 38. Desta vez, porém, deu brecha para os contra-ataques e, aos 42, Neymar novamente teve um lampejo: depois de uma arrancada, ele deu deixou Oscar livre para bater na saída de Buffon e marcar o segundo do Brasil.

No segundo tempo, os italianos já voltaram a campo com uma alteração, trazendo o veloz Stephan El Shaarawy no lugar de Osvaldo e Cerci no lugar de Pirlo. Aos 8, depois de um córner obtido por El Shaarawy, a Itália enfim aproveitou uma chance e De Rossi diminuiu após uma rebatida da defesa. O Brasil mal havia se refeito e Balotelli, com sangue-frio de monge, acertou uma pintura de chute no ângulo esquerdo de Júlio Cesar.

GALVÃO CRITICA SIMULAÇÃO DE NEYMAR E ELOGIA FRED E FERNANDO

  • Reprodução/TV Globo

    O narrador Galvão Bueno mostrou irritação com uma simulação de Neymar. Após o volante De Rossi colocar a mão no rosto do atacante, o santista caiu, reclamando, mas o árbitro mandou seguir. Irritado, Galvão pediu para Neymar parar com as simulações. "A mão encostou (no rosto), mas não precisava cair como se estivesse sendo nocauteado". LEIA

Hulk teve uma grande chance aos 13, mas conseguiu passar da bola quando estava cara a cara com Buffon, depois de novo passe de Neymar. Felipão substituiu Oscar por Kaká aos 16. Mas foi a Itália quem levou perigo imediatamente e Júlio Cesar precisou de uma saída acrobática do gol para evitar mais um de Balotelli. A Azzurra continuou levando perigo e Scolari trocou Fred por Diego Costa para melhorar a movimentação no ataque.       

Diante de um adversário mais famoso pelo vigor físico, foi a seleção brasileira quem acabou batendo mais. Fred, Filipe Luis e Hernanes foram advertidos com o cartão amarelo e o meia da Lazio poderia ter sido expulso depois de uma falta por trás em Balotelli. O atacante do Milan seguiu infernizando a defesa brasileira e quase marcou novamente aos 30. Aos 38, El Shaarawy chutou rente à trave esquerda de Júlio César.

Depois de várias alterações de ambos os lados, o jogo caiu de ritmo e nenhum dos dois times voltou a ameaçar o gol adversário. O Brasil segue em busca de uma vitória contra adversários mais expressivos e agora precisará refletir sobre como foi dominada por mais um deles.

FICHA TÉCNICA - Itália 2 x 2 Brasil
Amistoso Internacional
Local: Stade de Genève, em Genebra (Suíça)
Data: 21 de março de 2013, quinta-feira
Horário: 16h30 (horário de Brasília)
Árbitro: Stephan Studer (SUI)
Cartões amarelos: Maggio e Poli (ITA); Fred, Hernanes e Filipe Luís (BRA)

GOLS:
ITÁLIA: De Rossi, aos 9, e Balotelli, aos 12 minutos do segundo tempo
BRASIL: Fred, aos 33, e Oscar, aos 42 minutos do primeiro tempo

ITÁLIA: Buffon; Maggio, Bonucci, Barzagli e De Sciglio (Antonelli); Pirlo (Cerci), De Rossi (Diamanti), Giaccherini (Poli) e Montolivo; Osvaldo (El Shaarawy) e Balotelli (Gilardino) Técnico: Cesare Prandelli

BRASIL: Julio Cesar; Daniel Alves, David Luiz, Dante e Filipe Luis (Marcelo); Fernando, Hernanes e Oscar (Kaká); Hulk (Jean), Fred (Diego Costa) e Neymar Técnico: Luiz Felipe Scolari

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