Felipão repete antecessores e evita dupla Kaká-Ronaldinho na seleção
Lucas Tieppo e Paulo Passos
Do UOL, em São Paulo
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Alessandro Garofalo/Reuters
Ronaldinho e Kaká se cumprimentam antes do início da partida entre Real e Milan
Um Morumbi lotado e vibrante pelos dois gols de Luis Fabiano em vitória contra o Uruguai foi o cenário do último jogo no qual Ronaldinho Gaúcho e Kaká atuaram juntos pela seleção brasileira. Foi no final de 2007, há mais de cinco anos, quando Dunga ainda era técnico do Brasil. E, pelo que Luiz Felipe Scolari indicou na convocação de terça-feira, o duelo contra a Celeste pode seguir como a derradeira partida na qual o Brasil reuniu em campo seus últimos dois vencedores do prêmio de melhor jogador do mundo da Fifa.
Após promover a volta de Ronaldinho em sua primeira convocação, Felipão não chamou o meia-atacante do Atlético-MG para os amistosos contra Itália e Rússia no fim deste mês. Kaká entrou no lugar e, assim como aconteceu com Gaúcho, será o titular.
"Em princípio, estou dando as mesmas oportunidades para cada. Um (Ronaldinho) foi convocado para o outro jogo (contra a Inglaterra), o outro vai para os outros dois. Se vão ser convocados juntos? Não sei. Primeiro vou observar esses quatro jogos e depois vou saber o que vou fazer para a Copa das Confederações", disse o treinador nesta terça-feira.
"O Kaká está sendo convocado dentro da igualdade que será dada a todos os atletas. Cada um vai ter no mínimo e depois farei minha escolha", explicou Felipão.
Scolari parece que irá repetir o que foi feito pelos últimos dois técnicos do Brasil. Mano Menezes convocou os dois astros, mas nunca juntos.
Mais vitorioso na seleção, Dunga até testou a dupla. Quando encontrou o seu time ideal, entretanto, apenas Kaká estava nele.
"As oportunidades foram dadas, mas não tenho nada a falar dele (Ronaldinho). Ele não teve atitude", avaliou Dunga após deixar a seleção.
Foi sob o comando do então treinador Carlos Alberto Parreira, atual coordenador técnico da seleção, que Kaká e Ronaldinho mais jogaram juntos na seleção. Entre 2002 e 2006, a dupla brilhou com a camisa do Brasil nas eliminatórias da Copa do Mundo e, principalmente, na Copa das Confederações de 2005.
Na era Parreira, Gaúcho era rei no Barcelona e levou duas vezes o prêmio de melhor jogador do mundo da Fifa. Kaká ganhou o troféu uma vez, já sob o comando de Dunga na seleção, em 2007, justamente no ano em que os dois estiveram juntos pela última vez na seleção.
"ASTROS" DISPUTAM LUGAR NO MEIO-CAMPO DA SELEÇÃO
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Pelo que se viu no primeiro jogo de Scolari na volta à seleção, Ronaldinho não deverá ser escalado como atacante. O técnico indicou que jogará com um centroavante de ofício e será de Neymar a outra vaga. Para jogar no time, o "Dentuço" terá que se encontrar como um homem de ligação entre o meio e o ataque. Essa será a vaga oferecida a Kaká nos próximos dois amistosos do Brasil.