Kaká luta contra resistência dentro da CBF para voltar à seleção

Paulo Passos

Do UOL, em São Paulo

  • Mowa Press

    Kaká vibra após fazer o quarto gol da seleção contra o Japão em 2012

    Kaká vibra após fazer o quarto gol da seleção contra o Japão em 2012

No retorno à seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari deixou claro que, faltando pouco mais de um ano para a Copa do Mundo, precisa de jogadores experientes. Ronaldinho Gaúcho, 32 anos, e Júlio César, 33, foram os primeiros a retornar. Chamado por Mano Menezes para amistosos em 2012, Kaká também deverá ser convocado por Felipão. O "convite" poderá até vir nesta terça-feira, quando o técnico divulga a lista de jogadores que disputarão os amistosos contra Itália e Rússia, neste mês, na Europa.

Para se firmar na seleção, Kaká precisará, é claro, corresponder dentro de campo, mas também vencer uma resistência que enfrenta no estafe da CBF. O UOL Esporte apurou que funcionários do departamento médico e até jogadores que estiveram na última Copa do Mundo não perdoam algumas declarações do jogador após o torneio. Durante o Mundial, Kaká negou que sentisse dores na região do púbis e minimizou o problema que sofria. Após a eliminação, porém, o meia admitiu que sofria com a pubalgia, que já havia sido detectada no Mundial.

Médico da seleção há mais de 10 anos, José Luiz Runco esteve na Copa de 2010 e é o atual chefe do departamento na CBF. Ele nega problemas com Kaká.

"Se eu fosse me incomodar com opinião de jogador, não trabalharia há tanto tempo no futebol", afirmou o médico ao UOL Esporte. Ele, entretanto, dá uma versão diferente da relatada pelo meia sobre o que aconteceu na África do Sul.

Kaká
Kaká

"Ele chegou com um problema no músculo adutor da coxa que gerou um problema no púbis. Na Copa, ele tinha condições de jogar, tanto que jogou", defende.

Durante o Mundial, Kaká minimizou os problemas físicos que sofria. "Sinto dores, mas não na região do púbis. Sinto dores como todos os atletas sentem depois do jogo, mas é algo que não me atrapalha em nada", afirmou.

Depois do torneio, entretanto, ele reconheceu que sofria com a pubalgia, detectada antes mesmo do Mundial. Após ser submetido a uma cirurgia no joelho esquerdo, em agosto de 2010, Kaká disse que tinha relatado aos médicos da seleção que sofria com as dores.

"O joelho já doía há algum tempo, mas não sabia que era tão sério. Diziam que a pubalgia  gerava dores em outras partes do corpo. Começou inclusive um pouco antes do Mundial. Sempre deixei claro que me incomodava um pouco. Todos sabiam, mas o que pensavam é que era devido à pubalgia", disse o jogador.

Responsável pela cirurgia de Kaká em 2010, o médico Marc Martens foi mais incisivo e criticou o tratamento recebido pelo jogador durante o Mundial. Segundo ele, o jogador correu risco de nunca mais voltar a jogar futebol.

"Entendo que é uma competição única, que havia pressão, mas ele forçou demais contra Holanda e Chile. Ele reconheceu a mim que sentia muita dor", afirmou em entrevista ao jornal "Marca", da Espanha.

 

NO REAL MADRID, KAKÁ VIVE ROTINA DE RESERVA

  • Titular em apenas oito jogos na temporada, Kaká admitiu que encara com certa dificuldade seu atual status no Real Madrid. O jogador tem sido frequentemente escalado para o banco de reservas e atuado em jogos de menor importância. Ainda assim, o camisa 8 não se vê acabado para o futebol. "Nada me faz sentir como um jogador acabado. Nunca pensei assim mesmo estando em uma situação incômoda para mim", disse Kaká. Nesta terça-feira, ele deverá começar a partida contra o Manchester United, na Inglaterra, pela Liga dos Campeões, no banco de reservas.

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