Após não resistir às chuvas, gramado do Mineirão deve ser modificado; Minas Arena descarta troca

Gabriel Duarte

Do UOL, em Belo Horizonte

  • Bernardo Lacerna/UOL

    Gramado do Mineirão ficou encharcado na véspera do clássico Cruzeiro e Atlético no domingo

    Gramado do Mineirão ficou encharcado na véspera do clássico Cruzeiro e Atlético no domingo

O gramado do Mineirão, reaberto nesse domingo com o clássico Cruzeiro e Atlético, deve passar por mudanças em suas camadas já na próxima semana. A empresa Greenleaf, responsável pelo plantio e manutenção da grama do novo estádio, informou que a mesma não se adaptou completamente ao período de chuvas e ao clima brasileiro e que, em último caso, poderá ser trocada. Apesar disso, o diretor-presidente da Minas Arena (administradora do Mineirão), Ricardo Barra, está descartada a troca do gramado.

Em entrevista ao UOL Esporte, Lucas Pedrosa, engenheiro agrônomo da empresa, afirmou que a fibra e a areia utilizadas no plantio não são adequadas para o clima brasileiro. Porém, segundo ele, elas tiveram que ser usadas por exigência da Fifa, que tomou por base análises feitas em gramas da Europa, com clima e regimes de chuva diferentes do Brasil.

"Consideraram a minha areia um pouco grossa e indicaram outra, mais fina. Porém, essa areia e essa fibra são fora de cogitação no Brasil, por causa do clima e da quantidade de chuva no País, principalmente no início do ano", disse o agrônomo, afirmando também que as mesmas prejudicam a permeabilização da água.

Na véspera do clássico, o gramado do Mineirão, que foi reformado e receberá jogos das copas das Confederações neste ano e do Mundo em 2014, não resistiu à forte chuva que caiu em Belo Horizonte, no final da tarde de sábado, e ficou completamente encharcado. Segundo o diretor-presidente da Minas Arena, Ricardo Barra, a drenagem do estádio está adequada. Segundo ele, as chuvas que ocorreram no sábado foram atípicas e, se naquele momento estivesse ocorrendo uma partida, ela seria paralisada.

Pedrosa disse que, depois da partida entre Cruzeiro e América de Teófilo Otoni, na próxima quarta-feira, pelo Campeonato Mineiro, a empresa terá quase um mês para tentar intervenções que melhorem a qualidade do gramado, já que não haverá jogos nesse período.

Segundo ele, a troca do gramado é uma possibilidade, mas existem outras etapas a ser realizadas antes de tomar essa medida radical. "Vamos sentar esta semana e ver como vamos proceder. A troca é a última das tentativas. Tem muitas outras etapas anteriores e opções para corrigir isso", afirmou o engenheiro agrônomo.

A empresa cuida também de outros gramados de estádios construídos para a Copa do Mundo, como o Castelão, em Fortaleza, e o Maracanã, no Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira, o governador do estado, Antonio Anastasia, vai ser reunir com Ricardo Barra para discutir os problemas no clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG.

Nesse domingo, torcedores tiveram problemas antes e durante a partida. Cruzeirenses e atleticanos reclamaram de muitos aspectos: falta de informação de funcionários, demora na abertura de portões e estacionamentos, falta de água e comida, além do desrespeito em relação aos assentos numerados no estádio.

Antes da partida, o governador de Minas Gerais preferiu minimizar os problemas, dizendo só tinha "visto" elogios. Já o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, pediu desculpas ao torcedor e reconheceu que "muita coisa precisar ser organizada". O clube tem parceria para explorar comercialmente o estádio, em dias de suas partidas.

Atualizada às 15h41

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