BNDES estende prazo para Itaquerão e Beira-Rio terem financiamento

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Dani Barcellos/Preview.com

    Operários trabalham nas obras de reforma do estádio Beira-Rio para a Copa do Mundo de 2014

    Operários trabalham nas obras de reforma do estádio Beira-Rio para a Copa do Mundo de 2014

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) fechou no final do ano sua linha de financiamento a obras de estádios da Copa do Mundo de 2014. O banco, no entanto, concedeu um prazo-extra para que Itaquerão e Beira-Rio consigam seus empréstimos.

Os estádios de São Paulo e Porto Alegre para o Mundial são os únicos que pediram o crédito ao BNDES, mas ainda não fecharam o contrato das operações. Apesar de o banco estatal já ter aprovado o financiamento, a assinatura dos termos de empréstimo depende de negociações com outras instituições financeiras, as quais intermediarão o negócio entre o BNDES e os estádios.

Essas negociações acabaram levando mais tempo que o esperado. Por isso, o BNDES teve que dar aos responsáveis pelas obras das duas arenas um prazo maior para o acerto dos empréstimos e para tentar garantir que os projetos dos estádios não fiquem sem recursos. Itaquerão e Beira-Rio têm, agora, até o final do ano para finalmente contratarem o financiamento.

ESTÁDIOS DA COPA 163% MAIS CAROS

  • Arena

    Documento do governo federal com balanço das obras da Copa-2014 mostra que os preços dos estádios da competição atingiram a marca de R$ 7,1 bilhões ao final de 2012. Isso representa um crescimento de 163% em relação ao valor previsto pela CBF para as arenas em outubro de 2007, quando o Brasil foi escolhido sede do Mundial.

No caso do Itaquerão, uma pendência entre a construtora Odebrecht e o Banco do Brasil é o que trava o empréstimo. O BB é quem vai repassar os R$ 400 milhões do BNDES para as obras do futuro estádio do Corinthians. Para isso, o banco exige garantias.

A Odebrecht já apresentou ao BB o que a empresa considera necessário para a liberação dos recursos. O banco, no entanto, ainda não está satisfeito e exige mais.

Por causa desse impasse, o contrato do financiamento não foi assinado até o final de 2012 e o empréstimo, formalmente, poderia ser cancelado. Ciente desse risco, a própria Odebrecht pediu ao BNDES uma ampliação do prazo da linha de crédito. Enfim, foi atendida.

A extensão do prazo beneficiou também o Beira-Rio. O estádio foi o último a solicitar o financiamento do BNDES e só teve seu crédito aprovado no dia 19 de dezembro: R$ 275,1 milhões.

Esse valor será dividido em três partes iguais. Uma será repassada diretamente pelo BNDES. Já as outras duas ficarão a cargo do Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul) e do BB, de novo.

De acordo com o BNDES, os contratos com o Banrisul e o BB também ainda não foram firmados. A Andrade Gutierrez, que toca a reforma no estádio, tem até dezembro de 2013 para fazer isso.

Dos 12 estádios da Copa, todos solicitaram o financiamento do BNDES para se adequarem às normas da Fifa, exceto o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. Os financiamentos foram feitos por meio da linha ProCopa Arenas.

A linha foi criada em janeiro de 2010. Inicialmente, construtoras e governos teriam até o final de 2011 para contratarem os financiamentos. No final daquele ano, o prazo foi estendido para o final de 2012.

Já no final de 2012, o BNDES deu mais uma chance aos "atrasados". Desta vez, porém, a chance será válida só para os estádios que pediram o financiamento, tiveram o crédito aprovado, mas ainda não assinaram o contrato. Assim, se o governo do Distrito Federal quisesse solicitar um empréstimo para o Mané Garrincha hoje, por exemplo, isso já não seria mais possível.

Obras da Copa
Obras da Copa

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