Alheias à articulação de clubes, federações apostam em permanência de Marin até a Copa
Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
A chegada de José Maria Marin à presidência da CBF não é o que todas as federações estaduais queriam. Após 23 anos de gestão Ricardo Teixeira, muitos viam na renúncia do então presidente uma chance de renovação na entidade máxima do futebol nacional. O momento que essa renúncia aconteceu, porém, pôs fim aos planos mais imediatos dos dissidentes.
Faltando pouco mais de 800 dias para a Copa do Mundo de 2014, mesmo os presidentes de federações mais rebeldes se viram obrigados a “engolir” Marin. Com medo de que a instabilidade política na entidade prejudique o Mundial, os dissidentes declaram apoio ao novo presidente da confederação e deixaram que os clubes de futebol exerçam agora o papel da oposição.
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“Neste momento, a CBF precisa é de tranquilidade” afirmou o presidente da Federação Paraense de Futebol, Antonio Carlos Nunes, logo após o anúncio oficial da posse de Marin. "A Copa do Mundo está aí e Marin também vai ser presidente do Comitê Organizador. Não dá tempo para eleição.”
Nunes foi um dos sete presidentes de federações estaduais que solicitaram uma assembleia extraordinária para discutir o futuro da CBF no final do mês passado. Os sete (da Bahia, de Minas Gerais, do Pará, do Paraná, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina), juntos, discutiram a possibilidade de uma nova eleição caso Teixeira deixasse o cargo, mas a proposta não foi adiante. Hoje, eles já não enxergam mais essa chance.
“Fomos voto vencido na assembleia. Precisávamos de 18 votos para convocar uma eleição”, complementou Nunes. “Não é agora que vamos mudar isso. Ponto final e bola para frente.”
Do grupo dos rebeldes, nem todos compareceram à posse de Marin. Convocados as pressas e sem saber o motivo da reunião, muitos presidentes de federações estaduais não vieram ao Rio de Janeiro no primeiro compromisso do novo presidente da CBF. Dos que vieram, porém, o discurso de apoio a Marin era unânime, mesmo entre os tidos como rebeldes.
“O estatuto da CBF está claro”, disse Delfim Pádua Peixoto Filho, da federação catarinense. “Temos que apoiar e esperar que dê tudo certo na CBF e no COL.”
Marin, que era vice-presidente da CBF, deve ficar na presidência da entidade até abril de 2015. Ricardo Teixeira foi quem o apontou como novo presidente com base em um possibilidade existente no estatuto da confederação de futebol.
Ao assumir o novo posto e ciente da instabilidade política na CBF, Marin tratou de deixar claro que quer boa relação com todas as federações. Negou favorecer a federação paulista, da qual já foi presidente, e disse que vai dialogar com todos que o procurarem.











