Marin tenta esquecer rusga entre Teixeira e Dilma e quer novo diálogo com Governo Federal

Vinícius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O novo presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, afirmou que quer passar por cima da rusga que existe entre o ex-presidente Ricardo Teixeira e a presidenta da República, Dilma Rousseff. Na coletiva de imprensa dada nesta segunda-feira no Rio de Janeiro, o dirigente afirmou que está completamente aberto ao novo diálogo e diz que o "passado só pertence ao passado".

"Estamos totalmente abertos ao diálogo, seja com Governo Municipal, Estadual ou Federal. O passado pertence ao passado. Vamos falar de presente e futuro", disse Marin.

José Maria Marin nem bem se apresentou como novo presidente da CBF nesta segunda-feira e já anunciou a renúncia definitiva de Ricardo Teixeira.

Poucos dias após pedir licença médica do comando da entidade alegando problemas de saúde, o mandatário abriu mão definitivamente do cargo. O cartola também deixa o Comitê Organizador Local da Copa de 2014, igualmente assumido por Marin.

Apesar de afirmar que está aberto ao novo diálogo com Dilma Rousseff, Marin afirmou que tentará dar continuidade ao projeto que estava sendo desenvolvido por Teixeira e que ficará até 2014, como era o combinado anteriormente. 

"Devo cumprir o mandato até o fim. A minha nomeação faz parte de uma administração contínua. Portanto, vou ficar até o final, como estava combinado".

Com 79 anos, o cartola ainda é ligado à Federação Paulista de Futebol, da qual foi presidente entre 1983 e 1988. A última aparição pública do cartola antes de assumir a CBF foi justamente em um evento da entidade paulista. Marin participou da premiação da final da Copa São Paulo de Juniores e foi flagrado colocando no bolso uma medalha que seria destinada a um jogador do campeão Corinthians.

"A medalha é uma cortesia que eu recebi da Federação Paulista. Tenho toda a tranquilidade para falar sobre isso. Essa história é uma verdadeira piada", disse Marin.

A caminhada de Marin à presidência da CBF começou nos anos 50, quando o cartola foi jogador de futebol. O melhor momento da carreira aconteceu em 1950, quando atuando pelo São Paulo ele foi vice-campeão paulista.

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COMO SERÁ A CBF?

"Não existe um novo projeto. Existe uma continuidade para que a CBF fique bem na trilha do sucesso e da boa administração"

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JOÃO HAVELANGE

"João Havelange foi um homem que eu aprendi a admirar. Se ele não merece a gratidão de todo mundo, merece pelo menos respeito de todos. A Fifa é o que é graças a ele"

A MEDALHA

"A medalha é uma cortesia que eu recebi da Federação Paulista. Tenho toda a tranquilidade para falar sobre isso. Essa história é uma piada"

Depois de aposentar as chuteiras Marin se dedicou à carreira política. Apadrinhado por Paulo Maluf, ele foi vereador e deputado estadual pela Arena, o partido da ditadura. No início dos anos 80 Marin foi escolhido por Maluf para assumir o governo do Estado de São Paulo, cargo que ocupou por 10 meses.

Na década passada, Marin tentou voltar à política. Mas as candidaturas à prefeitura de São Paulo e ao Senado fracassaram. Enquanto isso, continuou trabalhando nos bastidores da CBF e da Federaçao Paulista.

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