O sonho de viver uma Copa do Mundo pode sair caro. No caso do colombiano Jairo Castañeda, as dívidas contraídas para chegar ao Brasil só acabarão de ser pagas daqui a quatro anos, na época do Mundial da Rússia.

O técnico de informática, porém, não se arrepende de ter gastado os quase R$ 7 mil em sua aventura brasileira. "Viajei com muita alegria e sempre pensei que daria tudo pela seleção e, quando chegasse em casa, faria as contas. É o que vou fazer agora", disse o colombiano, natural de Cali.

A empolgação do país é refletida em um número: 10 mil colombianos estiveram no Brasil durante a Copa, de acordo com uma estatística do escritório colombiano de imigrações. Entre os países da América Latina, a Colômbia foi o destino do segundo maior número de ingressos vendidos pela Fifa, atrás apenas da Argentina.

Mesmo eliminada pela Brasil nas quartas de final, a seleção cafetera empolgou o país por uma boa campanha e um futebol envolvente.  Embora derrotados, os jogadores foram recebidos em festa em Bogotá.

Para aqueles que fizeram a viagem ao Brasil e mesmo para aqueles que curtiram o Mundial de casa, agora é hora de saldar as dívidas.

"É algo conjuntural, mas algumas famílias vão sentir a ressaca desse endividamento", afirmou o analista financeiro Andrés Pardo, da empresa Corficolombiana.

De acordo com um informe sobre as condições do mercado financeiro do Banco da República, houve um aumento na demanda por crédito e por empréstimos no segundo semestre no país.

Para Nidia Gonzáles, uma cabelereira de Bogotá que ganha o salário mínimo (cerca de R$ 740), a Copa foi uma ocasião especial e por isso ela decidiu comprar uma televisão de tela plana que custou duas vezes e meia seu salário.

Segundo a associação de comerciantes local, em junho se venderam cerca de 85 mil televisores e também aumentaram as vendas nos supermercados.

*Com informações da AFP