Muita cerveja e música eletrônica reúnem 250 mil pessoas em festa em Berlim

Estefani Medeiros

Do UOL, em Berlim (ALE)

As camisetas vendidas nas barraquinhas de rua em Berlim anunciavam: Alemanha contra Argentina no Rio de Janeiro neste domingo (13), uma data para entrar na história do futebol. As bandeiras do país foram preenchidas com fotos dos jogadores e torcedores ostentavam réplicas da taça da Copa do Mundo criadas com papelão e fita adesiva.

Para quebrar o jejum de 24 anos sem uma estrela nova na camisa, a comemoração na capital alemã começou cedo. Os bairros que costumam ser silenciosos e pacatos no domingo, dia da semana em que poucos estabelecimentos abrem, acordaram com torcedores cantarolando "super Deutschland, super Deutschland, olê olê" já pela manhã, pouco criativo, mas muito animado. O rubro negro pelas ruas, janelas e carros anunciava o único assunto do dia.

O Fan Fest começou a encher por volta das 15h, com um aquecimento regado a muita cerveja e linguiças típicas em frente ao Portão de Brandemburgo, que tem aberto suas portas gratuitamente para os fãs de futebol desde o início do campeonato. O espaço recebeu 250 mil pessoas para a final e contou com esquema de segurança reforçado da polícia, com viaturas em todas as pontes e esquinas que davam acesso à festa.

Três horas antes do jogo começar, o espaço já estava lotado. E do lado de fora, debaixo de chuva, muitos não conseguiram entrar e se espalharam em qualquer espaço que tivesse um telão pela região. Nas redondezas, bares com suas capacidades esgotadas tornaram acirrada a disputa pelas telas. Mesmo os policiais se apertaram e revezaram para assistir à partida em uma pequena tela improvisada dentro da viatura.

Próxima a principal estação de transporte da cidade, a Hauptbanhof, uma das vias para a exibição pública da Copa, alguns já tinham passado do ponto da bebedeira mesmo antes do time entrar em campo. Em alguns casos, a reportagem presenciou fãs dos argentinos lidando com provocações agressivas. "Porque você está aqui usando essa camiseta? Vai embora, esse não é seu lugar", disse um torcedor com a bandeira alemã para um casal sentado com a camisa rival. Nas escadas próximas à estação, bêbados caídos, adolescentes pintando o rosto, muito lixo e garrafas de cerveja quebradas pelo chão.

Enquanto os jogadores driblavam a bola no gramado, nas ruas, algumas brigas entre os próprios torcedores da Alemanha criavam tanta tensão quanto os chutes à gol de Messi. Alguns conflitos controlados pela polícia, outros apaziguados pelos visitantes. Mas quando Mario Götze marcou o gol que deu o título na prorrogação, nada mais importava.

Muita cerveja para cima, gritaria de "a Alemanha é campeã" e abraços em desconhecidos. Fogos de artifício e celulares apontados para registrar o momento. Nos telões do Fan Fest, os torcedores vibravam toda vez que o time era mostrado segurando a taça.

O pós-jogo em Berlim começou com músicas tradicionais alemãs para comemorar. Mas no início da madrugada a cidade fez jus à fama de festeira ao som de Venga Boys, Psy e hits chicleteiros da música eletrônica para garantir a animação até o fim da madrugada.

Na volta para casa, ônibus com torcedores extasiados, buzinaços de carros e comitivas de bicicleta pelas principais avenidas da cidade. Os canais de TV já fazem a reprise. Mas a sensação é de que a festa só está começando. O time será recebido no mesmo local para exibir a taça na terça (15).

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