Gol da Alemanha provoca confusão em bar de SP; segurança atira para o alto

Vanessa Ruiz

Do UOL, em São Paulo

O gol de Götze na prorrogação, que deu o título da Copa do Mundo à Alemanha, acabou gerando tumulto em um bar da Mooca, reduto de torcedores brasileiros que torcem pela Argentina. A confusão começou quando o integrante de uma das equipes de imprensa que estava no local fez um comentário sobre o belo gol do jogador alemão. Apesar o tom não ter sido de comemoração, um torcedor com a camisa da Argentina se sentiu ofendido e iniciou a briga. Uma garrafa de vidro chegou a ser atirada no interior do estabelecimento após a Alemanha ficar em vantagem. Os alemães venceram a Argentina por 1 a 0, na prorrogação, e se sagraram tetracampeões mundiais.

No meio do tumulto, o torcedor da Argentina tentou sair do bar e chegou a empurrar algumas mesas. Um dos dois homens que faziam a segurança externa, função que eles mesmos informaram exercer em contato com a reportagem do UOL Esporte, disparou uma arma logo acima da cabeça do torcedor, já do lado de fora do bar. Outro segurança, com um cassetete em mãos, também interveio. Ambos confirmaram verbalmente todo o ocorrido, mas não quiseram revelar seus nomes.
 
Disparar arma de fogo em via pública é considerado crime, previsto na Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) e pode dar pena de reclusão de dois a quatro anos, e multa. O crime é considerado inafiançável.
 
Cerca de 20 minutos depois, três carros da Polícia Militar foram enviados para o local. Para evitar mais confusão -- já na rua, torcedores da Argentina se desentenderam com torcedores do Brasil -- a polícia chegou a usar gás pimenta para dispersar as pessoas. 
 
Antes do tumulto que ocorreu durante a prorrogação, a gerente do restaurante Moocaires, Rita Valério, havia dito à nossa reportagem que uma das lições aprendidas com a Copa de 2010 era o cuidado com a proteção dos clientes, e que havia neste domingo "duas pessoas fazendo a segurança da casa". No entanto, após o ocorrido, o proprietário Cristian Garza disse, através da assessoria de imprensa do estabelecimento, que não haviam sido contratados seguranças particulares naquela noite, apenas foi feito contato com a polícia para evitar tumultos no pré e pós-jogo.
 
De fato, três policiais militares estiveram no bar antes do apito inicial, mas para apurar a denúncia de que um torcedor da Argentina havia atirado objetos contra torcedores do Brasil. Ninguém foi preso durante todo o período.

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