Alemanha e Argentina disputam também quem joga 'em casa' no Maracanã

Mauricio Stycer

Do UOL, no Rio de Janeiro

A Fifa espera 73.300 espectadores no Maracanã para a final da Copa do Mundo de 2014. Os dados oficiais de ingressos vendidos na Alemanha e na Argentina sugerem uma igualdade de torcidas – pouco mais de 4 mil em cada país. Esses números, porém, estão longe de dar a real dimensão do que deve ocorrer no estádio – e fora dele – neste domingo. De certa forma, ambas as seleções devem jogar "em casa".

De um lado, os alemães devem receber o apoio de uma parte significativa dos brasileiros que conseguiram ingresso para a final, assim como ocorreu nas quartas de final, contra a França. Apesar de terem humilhado a seleção no Mineirão, no 7 a 1 da semifinal, eles contam com a rivalidade entre brasileiros e argentinos como uma arma a favor.
 
Além disso, a seleção da Alemanha é, seguramente, a que mais impressionou os brasileiros. Com uma boa estratégia de marketing e muita simpatia, os alemães lançaram uma camisa semelhante à do Flamengo antes da Copa e, aqui, deram show de carisma em sua estada em Cabrália, na Bahia. Apareceram em diversos eventos públicos, doaram verbas para índios pataxós e fizeram todo tipo de aceno generoso ao público.
 
Alguns jogadores, em especial Podolski, estabeleceram uma verdadeira conexão com o torcedor brasileiro. O atacante reserva apareceu em vídeos torcendo pelo Brasil na disputa de pênaltis contra o Chile e também usou o Twitter para dizer que estava assistindo a novelas brasileiras na TV.
 
Os argentinos, por outro lado, causaram forte impressão pela paixão dedicada à seleção. Desde o primeiro jogo, contra a Bósnia, no Rio, a seleção é acompanhada por milhares de torcedores – a maioria sem ingressos. Eles viajam de carro, acampam em estacionamentos e passam o dia cantando músicas de apoio à equipe.
 
Nesta última etapa do Mundial, a Prefeitura do Rio estima em 70 mil o número de argentinos na cidade. Quantos estarão no Maracanã não se sabe, mas certamente será um número superior aos 4 mil citados pela Fifa. 
 
A paixão dos argentinos pela seleção também desperta admiração em muitos brasileiros. Neymar se derramou em elogios aos colegas de Barcelona, Messi e Mascherano, e disse que ia torcer por eles na final. É possível que outros torcedores também os apoiem neste domingo.  
 
É certo que o Maracanã vai registrar o duelo entre as canções provocadoras dos argentinos e as tentativas de respostas dos brasileiros. De um lado, o já clássico "Brasil, decime que se siente", que lembra a vitória em 1990 e conclui com a frase "Maradona es mas grande que Pelé", e de outro o "Mil gols, mil gols, só Pelé, só Pelé, Maradona cheirador". 

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