Dilma diz que derrota pode provocar profunda reforma do futebol brasileiro

Da EFE, em Brasília

  • Reprodução/Twitter

    Dilma manda um "É Tois" para Neymar durante sabatina sobre a Copa no Facebook

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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que, após a dolorosa desclassificação da seleção na Copa do Mundo, o futebol brasileiro deve iniciar uma profunda reforma de todas suas instituições.

"A derrota é a mãe de todas as vitórias" e também deve "ensinar a aprender", declarou a presidente em um encontro com correspondentes estrangeiros, entre eles a Agência Efe, realizado no Palácio da Alvorada, sua residência oficial em Brasília.

"O 7 a 1 foi o resultado de uma partida, mas indica a necessidade de uma profunda reforma das instituições do futebol brasileiro", opinou Dilma, que deu como exemplo nesse sentido as instituições do futebol alemão.

Essa reforma, em sua opinião, deve apostar, entre outros objetivos, em criar as condições necessárias para que os jogadores brasileiros permaneçam no país, o que "voltará a encher os estádios".

"Nossos jogadores não deveriam ser exportados. Temos absoluto direito a tê-los aqui. Se somos a sexta ou sétima economia do mundo, temos que poder mantê-los aqui", comentou Dilma, acrescentando que se deve ajudar os clubes a superar suas crises.

A presidente deu a entender que o poder público poderia ajudar nesse sentido, mas esclareceu que "não seria uma questão do governo", mas de buscar apoios financeiros, com uma "muito séria exigência de contrapartidas".

Sobre a goleada alemã, Dilma disse que viu o jogo inteiro e que queria "arrancar todos os cabelos" quando viu a Alemanha marcar um gol atrás de outro.

No entanto, defendeu os jogadores e o técnico Luiz Felipe Scolari, sobre quem disse que "não pode ser criticado por um jogo", já que se trata de um treinador que "tem toda uma história no futebol", inclusive o título de campeão mundial na Copa da Coreia do Sul e Japão, em 2002. 

Dilma Rousseff também comemorou o sucesso da organização da Copa do Mundo. Ela disse que o evento calou os que "diziam que tudo seria um caos e que somente haveria manifestações e violência".

A presidente também defendeu a investigação iniciada pela Polícia Federal em torno de um escândalo de revenda de ingressos para os jogos da Copa, no qual estão envolvidas pessoas próximas à Fifa.

"É uma investigação absolutamente necessária. Se há algo ilícito, deve ser investigado. E traficar entradas é ilegal", declarou Dilma.

A presidente também descartou que a goleada por 7 a 1 que a seleção brasileira sofreu perante a Alemanha possa mudar a opinião dos cidadãos do país em relação à organização do torneio.

"O Brasil é um país muito maduro. O que acontece no campo, fica no campo, e no Brasil há uma tradição: o futebol e a política não se misturam", opinou.

A conclusão, segundo a presidente, é que a Copa "foi muito boa para o país", que ganhou uma projeção internacional "enorme" e demonstrou ao mundo "a qualidade de seu povo" e sua capacidade de combinar "paixão com eficácia". 

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