O ministro-chefe da Secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, criticou os "oportunistas de plantão" que antes do início da Copa do Mundo afirmaram que o Brasil iria passar "vergonha" durante o Mundial. Ainda que não tenha citado nomes, a referência mais direta é ao ex-jogador Ronaldo, integrante do Comitê Organizador da Copa.

No dia 23 de maio, a três semanas do início da competição, Ronaldo  disse se sentir envergonhado com os atrasos e dificuldades do país nos preparativos para o torneio,

Segundo Carvalho, as manifestações de junho de 2013, e tudo que ocorreu no período, ajudaram a criar no país "uma nuvem", que levou a uma série de previsões pessimistas sobre a Copa do Mundo. "Isso mobilizou muitos oportunistas de plantão, da politica e do esporte, a ponto de figuras importantes dizerem que o país iria passar vergonha na Copa", observou em entrevista no Rio.

O ministro admitiu, no entanto, que a Copa poderia ter um impacto negativo para o governo caso os temores em relação à organização do evento tivessem ocorrido. "O único risco seria se tivéssemos passado vergonha, de não ter dado conta com a Copa. Isso colocaria em questão a capacidade de gestão do governo".

Na visão de Carvalho, o 7 a 1 foi "um incidente futebolístico", que não altera a percepção que o governo tem do esporte.  "Os problemas que temos no futebol brasileiro já existiam antes. Os problemas de corrupção, a evasão de jovens talentos para o exterior, a falência dos clubes. Mesmo que o Brasil fosse campeão do mundo esses problemas já estavam claros".

Carvalho afirmou não temer problemas de segurança na final da Copa, no próximo domingo. Disse que a passagem dos argentinos por São Paulo ocorreu sem maiores incidentes. "Nós estamos apostando que não teremos no Rio grandes problemas", disse.

Sobre a queda de um viaduto em Belo Horizonte, que causou a morte de duas pessoas, Carvalho observou: "Esse viaduto em Belo Horizonte foi construído com verbas federais, motivado pela Copa, mas sob gestão do governo municipal", disse. 

O ministro apresentou dados detalhados sobre números de pessoas desalojadas por conta de obras realizadas para a Copa do Mundo." Propalou-se que o numero de desabrigados era 250 mil. Na verdade, são 35 mil", disse.