Convocados por confiança de Felipão não deram resposta em campo

Do UOL, em São Paulo

"Seleção brasileira é momento". A máxima, incrustada na cultura popular brasileira ao calibre de "não tem mais bobo no futebol", foi totalmente desrespeitada pelo técnico Luiz Felipe Scolari ao convocar a seleção brasileira para a Copa do Mundo de 2014. Julio Cesar, Henrique, Maxwell, Marcelo, Paulinho, Bernard, Jô... Vários jogadores foram para a Copa pelo que jogaram em outros momentos da carreira, e não pelo nível atual. E a maioria não deu resposta ao respaldo de Felipão. O resultado da convocação por confiança se viu nesta terça-feira, no Mineirão: Alemanha 7 a 1, na semifinal, em casa, o maior vexame da história da seleção brasileira.

Julio Cesar é a exceção. De longe, aquele de quem mais se duvidava. O goleiro que joga no Canadá não poderia representar a seleção brasileira, pentacampeã mundial, numa Copa do Mundo. Provou que ainda tinha capacidade, não só debaixo das traves, mas também no papel de ser um dos líderes de um grupo sem experiência no torneio. Mas os outros convocados por Felipão com base na confiança não tiveram o mesmo sucesso.

Paulinho exemplifica a situação. Fez péssima temporada em 2013/14 depois de se mudar do Corinthians para o Tottenham, na Inglaterra. Jogou, durante 12 meses, muito menos do que na Copa das Confederações, por exemplo. Mas Felipão o bancou no time titular mesmo com momentos muito melhores de Fernandinho, Hernanes, Ramires e até Lucas Leiva, que nem à Copa foi. Paulinho perdeu a posição nas oitavas.

Na lateral esquerda, Marcelo ficou com a vaga que há anos ocupa, mesmo tendo acabado a temporada como reserva do português Fábio Coentrão, que Scolari tão bem conhece dos tempos em que treinou a seleção portuguesa. Na reserva, Maxwell, opção total pela confiança do técnico, foi escolhido. O melhor lateral esquerdo brasileiro no mundo, no entanto, foi deixado para trás: Filipe Luís, do Atlético de Madrid, não foi à Copa. Viu pela TV o Brasil falhar pelas laterais do campo e precisar de uma opção mais defensiva – como ele – para liberar Daniel Alves pela direita.

As opções ofensivas para o banco de reservas também decepcionaram. Bernard e Jô foram convocados pelo que demonstraram quando chamados após as exibições no Atlético-MG campeão da Libertadores, há um ano. Bernard, da "alegria nas pernas", como diz Felipão, não mudou jogo algum. Foi escalado para substituir Neymar contra a Alemanha e aconteceu o óbvio: não deu certo. No Shakhtar, na Ucrânia, Bernard é reserva. Pior: de outro brasileiro, Taison, ex-Internacional, jamais lembrado pela seleção brasileira. A convocação de Bernard tirou espaço de jogadores como Lucas, que acabou a temporada na França como titular do Paris Saint-Germain e escolhido para a seleção do campeonato.

Referência na área, Jô, importantíssimo durante a Copa das Confederações, entrou mal quando foi requisitado. A vaga de centroavante passa pela escassez de opções. Mas Luis Fabiano e Alan Kardec faziam temporada com desempenho superior.

 

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