Médico da Fifa elogia trabalho de colegas do Brasil em tratamento de Neymar
Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
O médico-chefe da Fifa, Jiri Dvorak, concedeu nesta segunda-feira uma entrevista coletiva sobre o doping no futebol. Por ser especialistas em lesões de coluna, entretanto, acabou sendo questionado sobre a contusão que tirou Neymar da Copa. Mais do que isso: se via possibilidade do atacante voltar a jogar ainda durante o torneio.
Dvorak ponderou. Disse que não é o médico responsável pelo tratamento de Neymar e que nem o examinou depois de ele ter fraturado uma vértebra. Mesmo assim, considerou impossível o retorno do camisa 10 da seleção brasileira ainda durante este Mundial: "Se fosse meu paciente, eu não recomendaria".
Dvorak ainda fez elogios aos médicos da seleção brasileira, que já descartaram a volta de Neymar numa eventual final da Copa. Segundo ele, todos são muito competentes e experientes. Para o médico-chefe da Fifa, se eles já afirmaram que Neymar não jogará, é porque não poderá jogar mesmo.
"A seleção brasileira tem grandes médicos, muito experientes", elogiou. "Estou seguro que deram o melhor tratamento. Não posso fazer mais comentários sobre isso."
Do domingo, Neymar recebeu a visita de um médico em sua casa e acabou sendo ventilado de que ele poderia passar por uma tratamento alternativo para jogar na final caso o Brasil se classificasse. Oficialmente, tanto Neymar quanto a CBF negaram essa possibilidade.
Doping
Dvorak e o chefe do Departamento Médico da Fifa, Michel D'Hooghe, informaram nesta segunda-feira que nenhum jogador da Copa do Mundo de 2014 foi pego em exames antidoping. Foram realizados testes em 777 atletas antes da competição e mais 232 durante a Copa. Não foi detectado o uso de nenhum substância irregular.
De acordo com D'Hooghe, o último caso de doping em uma Copa do Mundo aconteceu em 1994. Diego Maradona foi flagrado em exame e não jogou mais o torneio.
D'Hooghe afirmou ainda que, apesar de todo esforço feito pela Fifa na combate ao uso de substâncias irregulares, o doping não é uma grande problema no futebol. "Não existe uma cultura de doping no futebol", disse ele. "No esporte, não é só o físico que conta. Isso ajuda."