Argentina e Holanda apagam estilos e táticas de 1978 na semi de 2014

Do UOL, em São Paulo

Um goleiro indiscutível respaldado por uma defesa segura e o funcionamento coletivo que não depende exclusivamente de seu craque são as marcas da Argentina, assim como um conjunto que valoriza a posse de bola e que chega ao momento decisivo da Copa do Mundo com a derrota do Mundial anterior ainda martelando na memória são as principais características da Holanda.

Descrições que reúnem apenas fatos reais, mas que não dizem respeito a realidade que será colocada em campo na próxima quarta (9). São análises não do presente, mas do passado dos adversários da semifinal que acontecerá no Itaquerão, referências ao confronto de 1978.

Rivais na final da Copa do Mundo realizada na Argentina, as seleções argentina e holandesa de 1978 não servem muito de parâmetro para o quê as atuais equipes vêm fazendo nos gramados brasileiros em 2014.

As duas equipes, por exemplo, jogavam com o esquema tático que passou a virar praticamente regra naquela época e que seguiria como padrão ao longo da década de 1980, o 4-3-3, modelo que voltou a ganhar força nos últimos anos, principalmente no futebol europeu mas que não são exatamente a forma como jogam a Argentina de Alejandro Sabella ou a Holanda de Louis Van Gaal.

O jogo de 25 de junho de 1978, em que os anfitriões precisaram da prorrogação para vencer por 3 a 1 para conquistar o primeiro de seus dois títulos mundiais, reunia duas equipes que, hoje, se mostrariam anacrônicas. O espaço que Kempes teve para furar a defesa da Holanda com liberdade para marcar dois gols e dar outro para Bertoni, teoricamente, não existem mais no futebol atual. Apenas na história. E a que será escrita na semifinal de 2014 será completamente diferente, pelo menos taticamente.

Argentina x Holanda
  • Folha Imagem
    Os estilos de jogo
    A Argentina de 1978 tinha laterais que pouco apoiavam, zagueiros seguros, meio-campo ágil e um Kempes veloz e inspirado. Já o time de 2014 tem laterais avançados e Messi, que resolve tudo quase sozinho. A Holanda de 1978 tinha na posse de bola e na intensa movimentação a fórmula que explicava uma equipe tão ofensiva. O time de Van Gaal prioriza a defesa e conta muito com um jogador (Robben) Foto: Folha Imagem
  • Arquivo/EFE
    Os números
    A Argentina de Menotti marcou 12 gols e sofreu três nos seis primeiros jogos. Média de dois gols a favor e 0,5 contra. O time de Sabella anotou nove gols e tomou três, média de 1,6 a favor e 0,6 contra. A Holanda do austríaco Ernst Happel fez 14 gols e sofreu sete antes da final. Média de 2,3 pró e 1,16 contra. A equipe de Van Gaal fez 12 e tomou quatro, uma média de 2,4 pró e 0,8 contra. Foto: Arquivo/EFE

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