Individualidade de Robben e Messi oculta limitações de Holanda e Argentina

Do UOL, em São Paulo

A Argentina superou a Bélgica e está, pela primeira vez desde 1990, na semifinal da Copa do Mundo. O adversário será a Holanda, que precisou dos pênaltis e de uma alteração histórica do técnico Louis Van Gaal para bater a surpresa Costa Rica. Agora, o confronto que acontecerá na próxima quarta-feira, em São Paulo, colocará frente a frente duas equipes que tentam vencer as próprias limitações à base das jogadas individuais de Lionel Messi e Arjen Robben.

A Argentina joga com uma linha de quatro defensores, mas – como há anos funciona – libera o lateral direito para que o esquerdo atue como um terceiro zagueiro. Na Holanda, há semelhanças. Apesar dos três zagueiros mais bem definidos, existe variação constante entre o 4-3-1-2 e o 3-5-2. A diferença que influencia no posicionamento dos jogadores em campo é que a Argentina toca muito de lado, e pouco para a frente. O time do técnico Alejandro Sabella é o 2º no ranking geral da Copa que mais executa passes. O volante Javier Mascherano é o pai de tal estatística. Ele é responsável por iniciar a transição, mas acaba encontrando dificuldades para fazer o time girar a bola.

A Holanda, mais objetiva, toca menos a bola. E com eficiência ligeiramente inferior, também. A Argentina tem índice de acerto de 79% nos passes executados, contra 77% dos holandeses. Diferença mais significativa de como os times agridem o gol adversário está na construção das jogadas no terço final de campo. A Argentina procura muito mais as jogadas pelas laterais do campo do que a Holanda. Mas devido ao esquema. Sabella arma a equipe com dois pontas, e Messi e Higuaín na frente. O time de Louis Van Gaal se afunila no desenho tático. Tem uma espécie de losango no meio de campo quando está na linha de quadro defensores, com Sneijder centralizado, Robben pela direita cortando para dentro – e não buscando a linha de fundo – e Robin Van Persie na área.

A Argentina é o time que mais cruza bolas na Copa do Mundo, entre todas as seleções. A falta de um lateral esquerdo ofensivo e a presença do baixinho Messi no ataque não inibem. A Holanda, pelo contrário, está entre as que menos levanta bolas na área – e, ironicamente, fez seu gol mais marcante com o mais belo cruzamento de toda a Copa, de Blind para o peixinho de Van Persie, na estreia contra a Espanha. A explicação é a forma como atua Robben, da ponta para dentro, e a zona de atuação de Sneijder, longe das pontas.

O diferencial das duas equipes está nos craques. É Messi quem rompe as saídas pelas laterais da Argentina. E é Robben quem faz a Holanda chegar à área, com passes ou dribles. As seleções argentina e holandesa lideram o quesito jogadas individuais nas estatísticas da Fifa – assim como a Alemanha –, que leva em conta jogadas de um atleta que se iniciam fora da área e, apenas com a condução, chegam dentro da área adversária.

Uma diferença evidente entre as duas equipes é a agressividade na marcação. Este time de Van Gaal, como outros, marca muito forte. São 91 faltas feitas pela Holanda, contra apenas 54 da Argentina. 

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