James Rodríguez perde a vaga, mas vence duelo individual contra Neymar

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Fortaleza

James Rodríguez está fora da Copa, mas mais uma vez fez sua parte. Em um duelo à parte com Neymar, o camisa 10 rival levou a melhor, superou a marcação dura, fez o dele e jogou mais que o craque brasileiro. O colombiano pode dizer que se aproximou de Pelé ao marcar seis vezes sendo tão jovem, mas vai para casa, enquanto o brasileiro, que ainda não conseguiu uma boa atuação no mata-mata, terá mais dois jogos para tentar brilhar.

O duelo era, desde sempre, uma das grandes histórias da vitória do Brasil sobre a Colômbia por 2 a 1 nesta sexta, em Fortaleza. Ambos com 22 anos, os jovens líderes de seus times disputavam, além de uma vaga na semi, a artilharia da competição.

Neymar e James Rodríguez chegaram às quartas de final com quatro e cinco gols cada. Juntos, haviam chutado 30 vezes a gol em quatro partidas, e só haviam errado o alvo três vezes. Nas fases anteriores, haviam sido fundamentais para as suas equipes. Tudo levava a crer que o duelo seria de gente grande. A torcida se preparou para ele, afinal.

James passou de ilustre desconhecido a grande ameaça de uma semana para outra. Se no início da Copa ele era o coadjuvante de um promissor time colombiano, nesta sexta ele entrou no Castelão, em Fortaleza, com um alvo marcado nas costas. Foi sua imagem aparecer no telão, ainda no túnel que dá acesso ao campo, e as arquibancadas começaram as vaias.

O público até aprendeu seu nome. É um "Râmes" colombiano, e não um "James" inglês. "Râmes, via…", cantaram os torcedores verde-amarelos, com o ânimo de quem acabou de aprender uma palavra nova na aula de espanhol.

Se a torcida fez a lição de casa, o mesmo pode se dizer dos jogadores. A seleção entrou em campo disposta a abalar James. Só no primeiro tempo, Fernandinho deu quatro entradas duras no 10 da Colômbia, que sempre que pegava na bola tinha de se livrar dela quase sem pensar. Na terceira, o jovem destaque já estava de braços levantados, aos berros com o juiz.

Espaço para Neymar brilhar? Que nada. No jogo mais consciente da seleção na Copa do Mundo, o camisa 10 não foi bem. E pela segunda vez em dois jogos de mata-mata, diga-se.

O entendimento entre Paulinho e Fernandinho, a movimentação de Fred para fora da área e os desarmes e a entrega de Hulk e Oscar não contagiaram Neymar, que jogou longe da ponta esquerda e participou menos da partida. Quando recebeu a bola, o atacante também não foi bem. Muito diferente do que costuma fazer, Neymar errou domínios, tropeçou em dribles e tabelou raramente com os companheiros.

Quando o Brasil fez 2 a 0, com um golaço de falta de David Luiz, James apareceu. Em uma jogada pelo meio, ajudou a deixar Bacca na cara do gol para ser derrubado por Júlio César. Na cobrança, o 10 da Colômbia chamou a responsabilidade, bateu no canto direito e diminuiu.

Foi pouco para a Colômbia, que não conseguiria o empate, mas muito para ele. Aos 22 anos, ele é o segundo mais jovem da história das Copas a chegar aos seis gols. Na frente dele só Pelé, que fez os mesmos seis já em 1958, quando ainda tinha 17 anos.

James ainda tentou outras vezes, como em um cruzamento preciso para Teo Gutierrez ou em um chute de fora da área bloqueado por David Luiz. Não deu, mas seu rival teve vida ainda pior. Em uma dividida na intermediária defensiva, Neymar caiu no chão com dores e ficou. Foi substituído por Henrique, saiu de maca do gramado e foi direto para o vestiário, com a mão no rosto, preocupando para a semifinal. 



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