Polícia prende advogados que debatiam sobre protestos contra a Copa

Adriano Wilkson

Do UOL, em São Paulo

A Polícia Militar de São Paulo prendeu dois advogados que faziam parte de um "ato-debate" na praça Roosevelt, no centro do São Paulo, sobre os protestos feitos durante a Copa do Mundo. Os profissionais fazem parte da rede Advogados Ativistas, que se propõe a defender manifestantes presos pela PM.

Eles ficaram cerca de três horas presos e foram liberados no final da noite de terça, após fazerem exames de corpo de delito. Eles afirmam que em nenhum momento os policiais que os prenderam disseram qual teria sido o motivo da prisão. Já na delegacia, descobriram que estavam presos por "desacato".

De acordo com relatos de quem estava presente durante a ação da PM, houve uso de bombas de gás para conter os ânimos dos manifestantes.

"As hostilidades começaram quando ainda não tinha começado o ato", conta o advogado Luiz Guilherme Ferreira, que trabalhou para libertar seus colegas. "Os policiais, centenas, cercaram toda a praça e começaram a revistar as pessoas que chegavam com mochila. Dois policias começaram a filmar a mesa de debates, e dois observadores legais [um grupo de ativistas que fiscaliza o trabalho da PM] filmavam a ação."

Foi aí que, segundo Ferreira, os ativistas perceberam que alguns PMs não tinham identificação na farda. Os manifestantes questionaram a ausência dos nomes. Houve discussão e, segundo os advogados, agressão por parte dos policiais.

A PM, por meio de nota, disse apenas que houve "um princípio de tumulto" na praça, mas não deu mais informações a respeito do episódio.

Na internet, nos perfis em redes sociais dos Advogados Ativistas, surgiram fotos de manifestantes e profissionais com hematomas no corpo, suspostamente causados por agressões da polícia. 

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