Antes de EUA e Bélgica, salvadorenho se queixa: "cadê a festa nas ruas?"
Vagner Magalhães
Do UOL, em Salvador
O salvadorenho Sergio Marquina, 58, nasceu em El Salvador, mas há tempos passa a maior parte do tempo nos EUA, onde mantém uma empresa de transporte. Está em sua quarta Copa do Mundo. Ele foge do lugar comum e critica a Copa do Mundo no Brasil, que segundo ele só vive clima de festa do portão para dentro dos estádios.
"Tenho achado as cidades muito tristes. Estive em São Paulo, nem parecia que era Copa do Mundo. Em Brasília, Fortaleza, a mesma coisa. A única exceção é o Rio de Janeiro, onde a alegria em Copacabana era contagiante", disse ele, que veio acompanhado pelo filho para assistir o Mundial.
Marquina conta que há um contraste muito grande com as Copas ocorridas em 1994 nos EUA e 2006, na Alemanha. "Ali, a festa extrapolou os estádios. Você saía nas ruas e via milhares de pessoas celebrando o Mundial", diz ele. Mesmo na África do Sul, em 2010, havia festas ao redor dos estádios. "Aqui está tudo muito quieto, parece um cemitério", afirma.
Ele disse que comprou ingressos para várias partidas, mas está na torcida pelos EUA, que, segundo ele, vivem uma febre de futebol. "Começou com a Copa do Mundo de 1994, mas agora é que está ganhando corpo. Nos anos 80, só se via crianças jogando basquete e beisebol. Agora, principalmente entre os mais pequenos se vive uma febre de futebol", diz ele.
Para o salvadorenho, o futebol está se fortalecendo no País, o que é bom, principalmente para os latinos que lá residem. "As crianças se misturam e é bom para todos", afirma ele.