Alemanha aproveita o Brasil, mas decide oitavas de final 'em casa'

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

Das 12 cidades-sede da Copa do Mundo, Porto Alegre é que mais tem ligação com a Alemanha por causa da colônia germânica no Rio Grande do Sul. Até agora, no entanto, Götze, Lahm, Müller e companhia curtiram o resto do país, especialmente a Bahia. Interagiram com povo, dançaram com índios, cantaram o hino do Bahia, foram à praia. Mas na hora decisiva, nada melhor que jogar 'em casa'.

A colonização alemã no Rio Grande do Sul fortalece os laços e define particularidades que aproximam o Estado mais ao sul do país dos europeus. Em solo gaúcho, imigrantes fundaram e povoaram cidades como Santa Cruz, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Nova Hartz, Gramado, Canela, entre tantos outros municípios cujo sotaque impede a separação e o carinho à Alemanha não passou com o tempo.

Mas não é somente pela descendência de parte do povo que o Rio Grande será casa dos alemães. O clima contribui muito mais do que em outras partes do país. Em Porto Alegre, o time de Joachim Löw encontrará uma temperatura máxima de 20ºC, mais comum aos atletas acostumados a invernos rigorosos.

"Nos preparamos muito bem para isso. Foi bom termos feito a preparação em locais mais quentes, porque agora a adaptação a um clima que nos é mais comum se torna simples", afirmou o comandante.

Atividades até agora realizadas pelos jogadores também se tornarão impossíveis. Em Porto Alegre, os alemães não terão como curtir praia ou 'clima de férias', não dançarão com índios ou mesmo terão esportes radicais para praticar. Nada disso desagradou a equipe até agora. Pelo contrário, os atletas vibram com as atividades encontradas no Brasil. Mas no momento decisivo, a seriedade peculiar alemã se faz necessária.

"A Alemanha já venceu três Copas do Mundo. Não temos tantas seleções que têm isso. Tivemos excelentes times no passado e só saberemos no campo se esta geração é tão boa quanto as outras. Tentaremos ser agressivos e vamos comprovar que somos a melhor seleção", disse o lateral Philipp Lahm.

A prefeitura de Porto Alegre espera que esta relação com o povo alemão seja reforçada nos poucos dias e que a seleção passa pela cidade. Até 12 mil europeus são esperados no Beira-Rio nesta segunda-feira.

Mesmo assim, a expectativa de Joachim Löw não é a melhor. O técnico disse, em entrevista coletiva, que não espera apoio dos brasileiros e crê em maioria argelina nas cadeiras do estádio do Internacional.

Como repetiram várias vezes nas entrevistas que antecedem a partida, a previsão do treinador será ou não confirmada 'apenas na hora do jogo'. Alemanha e Argélia disputam vaga nas quartas de final da Copa do Mundo nesta segunda-feira às 17h. O vencedor irá encarar quem avançar no duelo entre França e Nigéria.

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