Thiago se afasta, Paulinho lidera e David consola: os pênaltis do Brasil

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Belo Horizonte

Na emoção você pode não ter percebido, mas Thiago Silva não falou na rodinha que os jogadores da seleção montaram antes da disputa de pênaltis contra o Chile. E você tem ideia do que Paulinho disse aos companheiros quando foi para o centro do grupo e bateu no peito dos colegas? Esses e outros detalhes das cobranças, captados pelo UOL Esporte, você confere abaixo:

Thiago Silva ausente

Xinhua / EFE / AFP
"Eu pedi pra ser o último, depois até do Júlio César. Quando você não tá com confiança não tem de pedir para bater", disse o capitão do time, após a classificação traumática, na saída do Mineirão.

Thiago Silva fez mais do que não pedir para bater. Quando a prorrogação acabou, o camisa 3 da seleção se afastou dos companheiros, sentou em cima de uma bola na área técnica próxima ao banco de reservas e levou as mãos ao rosto. A imagem chamou atenção dos câmeras de TV, que mostraram o capitão com os olhos marejados.

Enquanto a seleção ouvia as orientações de Luiz Felipe Scolari, Thiago Silva permaneceu isolado. Quando o grupo se reuniu em formato de roda para uma última palavra, o zagueiro teve de ser conduzido ao grupo por um membro da comissão técnica.

Quem fala na rodinha?

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Uma vez entre os seus, Thiago Silva permaneceu calado. O primeiro a falar, de forma rápida, foi Neymar, seguido por Fred e o goleiro Júlio César. Quem tomou a palavra de verdade, porém, foi o volante Paulinho, normalmente calado e discreto.

"Passei uma pequena mensagem para todos. Acho que de alguma forma você tem de contribuir, ajudar. Muito se falava de um questionamento meu sobre não estar jogando. Eu sou muito grato de ter sido convocado, tive a chance de jogar três jogos", disse Paulinho.

Discurso de Paulinho

Flávio Florido/UOL
O discurso não foi simples como o volante tenta fazer parecer. Ao contrário dos companheiros que o antecederam, Paulinho foi para o centro da roda e falou firme. Com o dedo em riste, bateu no peito dos companheiros e encerrou a conversa antes das penalidades. O que ele falou?

"Na final, se deus quiser chegar, eu conto pra vocês", disse Paulinho, com tom misterioso. Não adiantou nada. Willian, um dos que receberam a mensagem, quebrou o silêncio.

"Ele falou para a gente pensar na nossa família, em quem tivesse filho. Pensar na família porque é uma hora importante", disse o meia.

Apoio aos que erraram

Xinhua
Willian ouviu a mensagem, se encheu de coragem e foi bater. Segundo ele mesmo, viu o goleiro cair para o lado esquerdo, bateu no lado direito e, cheio de confiança, errou. O olho embargou na mesma hora, como mostrou a televisão, mas Willian recebeu o apoio coletivo dos colegas.

David Luiz foi o primeiro a sair em busca do companheiro, seguido de perto por Luiz Gustavo. O abraço, um tapa na cabeça e a mensagem de que o jogo segue. "Nós somos um grupo, isso foi dito desde o começo. Todo mundo está aqui só para ajudar. Todo mundo sabe como é delicado perder pênalti na Copa, então todo apoio é bem-vindo", disse Luiz Gustavo.

David Luiz no sacrifício

EFE / EFE / Xinhua
O zagueiro foi um caso à parte na hora dos pênaltis. David Luiz quase não jogou neste sábado por conta de uma contratura nas costas, perto do diafragma. Segundo ele, uma dor lancinante que não o permitia nem sequer "pegar uma água". Mesmo assim ele foi bater.

"Quando eu bati o pênalti foi a hora que eu mais senti dor", disse o zagueiro, que ainda assim converteu, e bem, sua cobrança. Quando passou ao papel de motivador, levou uma bronca. Depois do chute errado de Hulk, quando foi "recepcionar" o atacante, David Luiz ouviu um chamado do bandeirinha, que pediu que ele permanecesse com os companheiros no meio do campo.

Conselhos de Victor

UOL / Reuters / Reprodução
Com as palavras de Paulinho, o apoio de David Luiz e apesar da ausência de Thiago Silva, Júlio César salvou o Brasil, defendendo duas das cinco cobranças do Chile – a última parou na trave. Victor deu uma força, entregando ao titular do time o terço que usou para abençoar o gol do Mineirão na campanha do título do Atlético-MG na Libertadores do ano passado.

Foi só o momento de maior destaque de um terceiro goleiro ativo, que passou a preleção toda jogando água na nuca dos companheiros para tentar relaxá-los. Antes, no começo da prorrogação, Victor chegou a dar conselhos a Felipão.

"A gente estava um pouco espaçado, jogando um pouco longe dos setores e a segunda bola estava comprometida por isso. Fiz a observação, mas o treinador é ele, ele também está observando", disse Victor. 



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