'Locais', mexicanos usam até apito, mas não impedem derrota contra Holanda

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Fortaleza

Sem o Brasil para atrapalhar, os mexicanos tomaram Fortaleza de vez neste domingo, na segunda passagem da seleção da América do Norte pela capital do Ceará. "Locais outra vez", como cantaram ao longo do jogo contra a Holanda, os latinos sofreram com o calor, mas fizeram de tudo para atrapalhar os favoritos. Torceram como nunca, perderam como sempre, se fosse possível adaptar a máxima que parece ter sido criada para a seleção de Giovanni dos Santos e companhia.

A derrota por 2 a 1, de virada, põe água no chope que os mexicanos beberiam na tarde ensolarada de Fortaleza. Foi a punição para uma torcida que deu seu máximo nas arquibancadas, por vezes até exagerando.

No primeiro tempo, quando ameaçou equilibrar o jogo, os ataques da Holanda eram acompanhados por um apito incômodo. O barulho fazia parecer que o juiz tinha parado a jogada. Foi assim com uma jogada de Robben e outra de Van Persie, embora ambos tenham seguido o lance normalmente.

O apito é proibido pela Fifa em qualquer circunstância, e não apenas na Copa do Mundo, justamente por simular uma marcação da arbitragem que pode interferir no jogo. Em Fortaleza, ao menos, o barulho não durou o jogo inteiro. No segundo tempo, quando a Holanda partiu de vez ao ataque para tentar o empate, já não se ouvia mais o silvo no Castelão.

A "apelação", porém, não diminui o mérito dos mexicanos. Os torcedores já conheciam Fortaleza, é verdade. Estiveram na capital do Ceará há quase duas semanas para encarar o Brasil, quando venceram o duelo das torcidas na arquibancada e empataram no campo.

Neste domingo, a briga foi bem menos equilibrada. Os holandeses, além de estarem em menor número, mal fizeram barulho no calor escaldante de Fortaleza, que chegou a bater 29ºC. Razão para os mexicanos encherem o peito: "Y já l oves, y já lo ves, somos locales otra vez".

Locais, sim, como se sentiram contra os brasileiros, quando repetiram a musiquinha. Cantaram também para Oribe Peralta, Ochoa e até Hector Moreno, quando este saiu de campo com dores depois de cometer um pênalti não marcado em Robben. "Está chegando a hora", versão tupiniquim para "Canta y no llores", também foi um hino não-oficial do México nas oitavas.

Sobrou até para o goleiro Cillessen, que provavelmente não entendeu nada do que estava acontecendo. Como é comum em jogos no México, a torcida pegou no pé do camisa 1 adversário. Em cada cobrança de tiro de meta, o grito de "Êêê, Puut…" ecoava pelo estádio.

A brincadeira, aliás, não se restringiu a Cillessen. Para desestabilizar os rivais em um jogo decisivo, qualquer cobrança de falta ou escanteio virou motivo para o grito ecoar no estádio. Não adiantou. Liderada por Robben, a Holanda virou o jogo e carimbou a vaga para as quartas, quando enfrentará Costa Rica ou Grécia.

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