Em Belo Horizonte, a calmaria um dia depois da festa

Isabela Noronha

Do UOL, em Belo Horizonte

A Copa ainda não acabou mas Belo Horizonte, que no sábado (28) era a 'capital' do Mundial com três seleções – Brasil, Chile e Argentina –, amanheceu para um domingo (29) tranquilo, que em quase nada lembrava o agito do dia que ficou marcado pela vitória apertada da equipe brasileira sobre a chilena.

Na Savassi, era fácil encontrar uma mesa por volta das 12h30 – mesmo nos bares onde havia televisões para transmitir o que já prometia ser um jogão de bola entre Holanda e México.

Menos de 24 horas antes, a região tinha recebido mais de 20 mil torcedores. Alguns restaurantes, entre a ressaca da noite anterior e a perspectiva de uma tarde de menor movimento, preferiram manter as portas fechadas.

"Estou aqui, mas acho que nem vou abrir", disse Leonardo Souza, de 31 anos, do Espetinho Savassi. "Acabou tudo ontem, só sobrou cerveja", explicou ele, que contou ter ido ao bar somente para desligar os freezers e evitar que as bebidas congelassem.

Perto dali, um grupo de voluntários da prefeitura estava reunido, alguns integrantes sentados, outros de braços cruzados. "Viemos porque tem jogos e porque vai ter show aqui. Mas está paradão", disse uma voluntária.

A rua da Toca da Raposa II, que recebeu o Chile durante o Mundial, estava praticamente deserta. Só restava uma família, e de brasileiros, que tinham ido ao local para conhecer a sede do Cruzeiro. "Vim trazer minha esposa e cunhada, que torcem para o time", explicou o servente Daniel Oliveira, de 59 anos.

Ele, que trabalha em uma construção em frente, mostrava à família o terreno que, no dia anterior, estava repleto de barracas de chilenos. "Mas eles foram embora depois do jogo", contou, em tom de lamento, por não poder mais dividir com elas a festa dos torcedores da 'Roja', que havia presenciado.

No chão, estavam os restos dessa festa: gimbas de cigarro, garrafas plásticas, sacos de papel, tampas de garrafa e copos de água vazios. E em uma das barracas que servia para proteger os jonalistas do sol, a aposta que não se concretizou: '2 x 1 Chile Campeon'.

Na Cidade do Galo, em Vespasiano, onde está a Argentina, havia poucos sinais da empolgação que os 'hermanos' demonstraram nos dias anteriores, especialmente perto da data em que a seleção deles enfrentou a do Irã no Mineirão.

Ainda há muitos jornalistas no local, mas eles só não estavam sozinhos porque o empresário mineiro Leônidas Júnior, de 46 anos, tinha levado o filho, Luan, de 9, para tentar ver Lionel Messi, de quem os dois são fãs. Por volta das 18h30, a seleção argentina sairia da Cidade do Galo para ir a São Paulo, onde enfrenta a Suíça na terça-feira (1).

"Ter todas essas estrelas aqui é uma satisfação, queremos que eles se sintam bem-vindos", explicou  Leônidas. 

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