Torcida sem ingresso faz churrasco e batucada na porta do Mané Garrincha

Aiuri Rebello

Do UOL, em Brasília

Não é por que estavam sem ingressos para a partida entre a seleção portuguesa e a de Gana no estádio Mané Garrincha, nesta quinta-feira (26) em Brasília, que um grupo de estudantes de medicina da UNB (Universidade de Brasília) deixou de participar da festa da torcida na porta do estádio.

Munidos dos tambores da percussão da "Bateria Insana", como se autoproclama o grupo de percussão formado pelos estudantes, sopores e uma grelha com churrasco saindo, os torcedores não pareciam se importar com o fato de que não entrariam no estádio. "Pô, a gente até que tentou comprar, mas não conseguimos para este jogo e resolvemos vir aqui curtir com a torcida assim mesmo", diz Artur Souza Rosa, de 23 anos e um dos membros da bateria.

"A ideia é mostrar nosso som e fazer uma festa com as pessoas, só isso", afirma ele. Estavam conseguindo atrair atenção de torcedores estrangeiros, brasileiros e também de homens da tropa de choque da PM que estavam nas redondezas. 

O estudante Deyne Morais, de 23 anos, era o coordenador do churrasco. "A ideia do churrasco é para juntar as pessoas mesmo, quem quiser pode se servir, vai uma gelatina junto?", ofereceu ele junto com um pedaço de maminha. A reportagem recusou. Também havia filés de piranha indo para a brasa.

"O churrasco com batucada é um jeitinho brasileiro", diz o coordenador do churrasco. "Nesse país sempre se dá um jeitinho para tudo, até para fazer a Copa. Assim, demos o nosso jeitinho de participar promovendo um churrasco com música na porta do estádio", afirma o churrasqueira.

Rosa diz que a bateria existe de 2004, e se existe para incentivar a torcida da faculdade de medicina na UNB em competições esportivas contra outras universidades.

O vendedor alemão Andrei Lukenstrag, de 30 anos, era dos que se aglomerou em volta do grupo para ver o que estava acontecendo e acabou participando do churrasco. "Viva o Brasil", dizia com um pedaço de carne uma latinha de cerveja na mão.

Apesar de ter deixado o grupo chegar em uma das grades externas do estádio Mané Garrincha, vários PMs acompanhavam de perto a movimentação em torno da grelha antes da partida. 

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