O feito inédito da Argélia ao chegar às oitavas de final da Copa do Mundo, depois do empate por 1 a 1 com a Rússia, nesta quinta-feira, em Curitiba, virou festa até entre jornalistas argelinos. Parte dos profissionais de imprensa do país africano trabalhou na Arena da Baixada vestindo camisas da seleção nacional, como torcedores, e depois aplaudiram e abraçaram os atletas quando os encontraram na zona mista, depois do apito final.

O mais festejado foi o atacante Yacine Brahimi, que fez ótima partida em Curitiba. Primeiro a passar pelo local no qual jornalistas de diversos países esperam as delegações para entrevistas, Brahimi até se surpreendeu com a recepção. Houve gritos e palmas, como em uma festa. Ao passar para ser entrevistado, o atacante recebeu mais abraços e cumprimentos do que perguntas.

Na tribuna de imprensa da Arena da Baixada, a grande maioria dos jornalistas argelinos se portou como torcedor. Palmas, gritos, momentos de êxtase e momentos de lamentação. No gol de empate, que classificou a Argélia para enfrentar a Alemanha nas oitavas de final, total euforia.

A relação da imprensa argelina com os jogadores da seleção difere totalmente do contato com o técnico bósnio Vahid Halilhodzic. Na entrevista coletiva após a partida, o treinador se irritou com a repetição de uma pergunta sobre o Ramadã, bateu na mesa, e deixou o local. Antes do jogo, Halilhodzic já havia mostrado todas as ressalvas em relação à cobertura da imprensa argelina. Disse que era criticado injustamente e que não armaria o time conforme pediam os jornalistas.

A zona mista em Curitiba também foi marcada pelo silêncio dos atletas da Rússia. Os jogadores só aceitaram conceder entrevistas em russo, e não quiseram falar em inglês. O capitão Vasiliy Berezutskiy e o lateral Yury Zhirkov (ex-Chelsea, da Inglaterra), que falam inglês, passaram pelos jornalistas afirmando que não sabem falar inglês.