Felipão prega erro zero no mata-mata. O que precisa corrigir na seleção?

Gustavo Franceschini, Paulo Passos e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Brasília

Luiz Felipe Scolari se consagrou na carreira como especialista em mata-matas. Foi assim no Criciúma, no Grêmio, no Palmeiras e na seleção brasileira, onde ganhou títulos em torneios disputados neste formato. Agora que o time entra nessa fase da Copa do Mundo de 2014, o treinador prega erro zero na equipe que venceu dois jogos, contra Croácia e Camarões, e empatou um, com o México, na primeira fase.

"Como falamos no início da competição, nessa fase que passou poderia ter tropeço. Agora não pode errar. Não dá para ter tropeço. Não dá para conceder em um ou outro jogo possibilidades para o adversários. Temos que ter postura bem equilibrada. Porque são jogos que se decidem num gol", afirmou Scolari.

O UOL Esporte levantou erros admitidos pelo técnico e pelos jogadores que precisam ser corrigidos para o jogo decisivo deste sábado, às 13h, em Belo Horizonte, contra o Chile. Quem perder, cai fora da Copa.

Jamie McDonald/Getty Images

Espaços nas laterais
Desde o início da preparação do Brasil para a Copa do Mundo, Felipão tem se queixado dos espaços que os laterais têm deixado na defesa do Brasil. Foi esse o motivo da primeira bronca pública do técnico, ainda na primeira semana de trabalho na Granja Comary, em Teresópolis.

Na última segunda-feira foi no lado direito de defesa do Brasil, nas costas de Daniel Alves, que Camarões encontrou o gol de empate no primeiro. Depois o time conseguiu se recuperar e chegar a goleada, mas o alerta ficou.

"Tem uma frase importante: natureza não dá saltos, é devagar. Aquilo que estamos plantando, tentando colher, vem acontecendo normalmente. Dia a dia, jogo a jogo vamos melhorar", diz Scolari.

Flávio Florido/UOL

Falta de criação de jogadas no meio campo
Apesar da vitória de goleada, a seleção brasileira demonstrou dificuldade para criar jogadas no meio campo contra Camarões. O mesmo já havia acontecido nos outros dois primeiros jogos da primeira fase, quando o time apostou mais em jogadas pelas laterais e até na ligação direta entre defesa e ataque.

"Tivemos um pequeno problema que o Oscar se juntou aos atacantes. Isso nós corrigimos no intervalo. Quem tinha que buscar a bola era o Oscar, o Hulk", admitiu Felipão.

Phil Walter/Getty Images
Fred mais calmo e decisivo
Após passar dois jogos em branco, Fred marcou o terceiro gol do Brasil contra Camarões, na última segunda-feira, em Brasília. Colegas do atacante e Felipão já admitiam uma pressão sobre o camisa 9 pela ausência de gols na seleção brasileira.

"Ele estava muito ansioso. Estava se livrando da bola rapidamente, afoito. Na Copa das Confederações foi assim. Aos poucos foi equilibrando a equipe e quando isso acontece, ele aparece.  Ainda não é o Fred da Copa das Confederações. No vídeo do jogo de hoje dá para ver que ele teve um posicionamento tático diferente, como fazia na Copa das Confederações", elogiou Felipão.

AFP PHOTO / PEDRO UGARTE
Marcação na saída de bola
Felipão acredita que, contra o México, o Brasil melhorou e se aproximou do nível de jogo que teve na Copa das Confederações. Comparado com as duas primeiras partidas, é fato que o time conseguiu recuperar algumas características da equipe de 2013. Muitas delas, porém, ainda precisam ser aprimoradas.

A blitz que o time fazia, marcando a saída de bola do rival, apareceu em alguns momentos no Mané Garrincha, mas com menos intensidade que nos jogos da Copa das Confederações. 

"Talvez tenhamos conseguido repetir em alguns momentos o que fizemos na Copa das Confederações, de marcar o adversário na frente, roubar a bola", afirmou Luiz Gustavo, um dos jogadores mais elogiados por Felipão. O técnico, porém, ainda não está satisfeito com a marcação da equipe na saída de bola do rival e vê diferenças da equipe de 2013.

Até o jogo contra o Chile serão três treinos e muitas conversas para corrigir o que falta.

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