Peruanos sobrevivem a avalanche nos Andes e -10°C em viagem para ver Neymar

Luiza Oliveira

Do UOL, em Brasília (DF)

  • Luiza Oliveira/UOL

    Peruanos sobrevivem a avalanche nos Andes e -10°C em viagem para ver Neymar

    Peruanos sobrevivem a avalanche nos Andes e -10°C em viagem para ver Neymar

O amor por Neymar não move apenas milhares de Neymarzetes apaixonadas, mas também impulsiona gente que se encanta por seu talento e se emociona com o futebol. É o caso de três peruanos que não mediram esforços pelo ídolo. Eles colocaram suas vidas em riscos em uma viagem de 12 mil km do Peru ao Brasil só para conseguir um autógrafo do craque.

Muitos podem chamá-los de malucos. Mas eles afirmam que tudo é por amor. Antonio Figueroa, Lenin Altamirano, Ermo Castillo e o brasileiro Ivanilson Junior saíram de Lima, no Peru, e já percorreram cinco estados do Brasil para chegar à capital do país. No total, serão 40 dias e mais de dez destinos.

"Futebol é paixão. Por isso estamos aqui, por paixão. O Neymar representa tudo isso por seu talento, sua humildade, seu coração. Meu sonho é conseguir um autógrafo do Neymar. Tudo é possível com a ajuda de Deus", conta Figueroa.

Em Brasília, eles fizeram um plantão na porta do hotel da seleção brasileira na tentativa de realizar o sonho. Ainda não conseguiram. Mas desistir é uma palavra que não cabe para esses peruanos, especialmente depois da aventura que viveram.

O grupo enfrentou vários riscos para chegar ao Brasil. O pior deles foi ainda no Peru. Quando faziam a travessia da Cordilheira dos Andes, foram surpreendidos por uma avalanche. Rochas do tamanho do carro caíam do alto das montanhas e por muito pouco não acertaram o veículo.

"Se uma rocha daquela acertasse o carro, estaríamos todos mortos. As rochas caíam na nossa frente e não havia o que fazer. Não podíamos desviar porque do outro lado da pista estava o precipício. Foi uma situaçao caótica. Foi Deus mesmo para nos salvar", conta Figueroa, sobre a estrada que fica no alto de montanhas de 4500 m de altitude e não tem muretas para a proteção dos veículos.

A aventura continuou mesmo quando a situação acalmou. A estrada foi interditada por causa da avalanche e eles não tinham para onde ir. Tiveram que dormir no carro sob uma temperatura de -10C. Só seguiram viagem no dia seguinte quando a pista foi limpada por máquinas pesadas para a retirada das pedras.

"Foi muito difícil. Não tinha roupa que agasalhasse. Mas enfrentamos firmes, principalmente depois do desespero que passamos", disse o brasileiro que vai voltar ao Peru ainda com mais histórias para contar.

"E quando o exército peruano nos parou na estrada? Eu estava dirigindo, eles pediram o documento e, quando eu fui mostrar, o documento caiu no bueiro ao lado do carro. Eles acharam que eu quis burlar alguma coisa. Perdemos horas para conseguir abrir o buraco e pegar os papéis".

Diante de todos os percalsos, eles tiveram um fiel companheiro. Um carro 4 x 4 todo caracterizado com as cores do Brasil. O veículo tem estampado o Cristo Redentor no capô e tem até uma foto de Neymar, pintada a mão por Figueroa.

"Não é adesivo não. Eu mesmo pintei a mão. Já tinha pintado o carro com as cores do Barcelona quando o Messi e o Neymar foram jogar em Lima (em um amistoso beneficente em 2013). O Neymar olhou  carro e fez sinal de positivo. Ele gostou. Espero que aqui ele veja de novo".

Agora que já concluíram uma boa parte da caminhada com sucesso, a meta é chegar ao Rio de Janeiro para assistir à final. Eles estão garantidos no jogo com os ingressos já comprados e esperam ver um duelo histórico entre grande rivais.

"Vai ser Brasil e Argentina. Tenho certeza. E os argentinos vão ficar chorando, vão voltar chorando para a Argentina. Nós vamos torcer pelo Brasil até o fim. Somos irmãos", disse Catillo.

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