Quem é Akinfeev: o frangueiro da Copa ou um dos melhores do mundo?

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

A Copa do Mundo do Brasil ainda está longe de acabar, mas já tem seus candidatos para craque, artilheiro, revelação e gol mais bonito. E, pelo menos por enquanto, tem apenas um postulante ao cargo de maior frango: Igor Akinfeev. Mesmo assim, com o prêmio que nenhum goleiro gostaria de ter, o russo recebe uma defesa de peso de seu treinador, o italiano Fabio Capello, que o colocou entre os melhores do mundo.

Tudo bem, até Messi e Cristiano Ronaldo já perderam pênaltis e deram chutes horríveis, mas merece Akinfeev uma defesa tão ferrenha? Ainda mais de um técnico tão durão como Capello, com um currículo com direito a títulos e mais títulos na Itália e na Espanha? A trajetória do goleiro de 28 anos mostra que sim.

O camisa 1 da Rússia acumula títulos coletivos, individuais, recordes e tem um respeito de uma nação inteira. Para se ter uma ideia, ele será o embaixador da próxima Copa do Mundo, que será disputada na sua casa.

Tudo isso porque Akinfeev é titular do mesmo CSKA de Moscou, onde começou com quatro anos de idade a treinar, desde 2003. De lá para cá, tem média de mais de um título nacional por ano, com 16 conquistas, além de ter sido um dos melhores na campanha vitoriosa da Liga Europa, em 2005, na primeira vez em que uma equipe russa ganhou esse título. É líder, capitão e ídolo no atual elenco.

As únicas vezes que ficou afastado da titularidade da equipe onde tem contrato até 2019 foi por problemas físicos, especialmente quando operou seu joelho e precisou parar por quase meio ano.

Quando começou a jogar, já era apontado como candidato a ídolo russo e ganhou até o rótulo de sucessor de Lev Yashin, o Aranha Negra. Com 15 anos, foi convocado para a seleção sub-21. Com 18, em 2004, estreou na principal e se tornou o atleta mais jovem a defender as cores da Federação Russa.

Esteve no time que foi para a Eurocopa 2004, como opção no banco de reservas, mas assumiu a titularidade também da seleção em 2006, com o experiente técnico Gus Hiddink. Em 2007, teve um breve período fora das convocações por causa de uma lesão, mas retomou o posto a tempo de ser um dos destaques da Eurocopa de 2008, quando a Rússia caiu nas semifinais, derrotada apenas para a campeã e, então, imbatível, a Espanha.

Na temporada seguinte, viveu o único período de questionamento, quando teve algumas falhas consecutivas com bolas rasteiras, que entraram por debaixo de suas pernas.

Em 2011, nova lesão. Desta vez, uma grave ruptura nos ligamentos do joelho em um choque com Wellington, atacante brasileiro. O problema lhe custou a titularidade na Eurocopa 2012 e o fez assistir à competição do banco de reservas. Mesmo assim, chegou a ser cogitado como possível sucessor de Victor Valdes, no Barcelona.

Depois disso, mais uma vez, assumiu a titularidade nas eliminatórias europeias para a Copa do Brasil. Agora, neste domingo, às 13h, tentará ser o responsável por parar a geração dourada da Bélgica. O palco para esquecer o rótulo de o frangueiro da competição não poderia ser melhor: o Maracanã.

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