Fifa dobra salários de cartolas da cúpula, diz jornal
Rodrigo Mattos
Do UOL, no Rio de Janeiro
De forma secreta, a Fifa dobrou os salários dos membros do seu Comitê Executivo, que compõe a cúpula da entidade, para compensá-los por perdas de bônus. Na prática, deu uma garantia de ganhos para os cartolas sem depender do lucro de Mundiais justamente quando a federação internacional enche os cofres com a competição no Brasil. A informação foi revelada pelo jornal "Sunday Times".
Segundo o jornal, a remuneração atinge US$ 200 mil (R$ 445 mil) por ano, o dobro do valor anterior. Membros do comitê executivo têm que participar de reuniões semestrais para decidir questões da entidade, além de encontros prévios ao congresso da entidade. Eles não dão expediente em Zurique, na sede da federação internacional, com exceção do presidente Joseph Blatter.
Questionada na manhã deste domingo sobre o assunto, a federação internacional recusou-se a comentar o assunto. "Não vamos comentar alegações. Temos um comitê de governança e gestão que decide sobre salários, que pode fazer uma revisão. Eles (membros executivos) recebem compensação. Publicamos relatório financeiro em que constam dados sobre salários", afirmou a porta-voz da Fifa, Delia Fischer.
Só que a Fifa não publica o valor dos salários dos dirigentes, nem do presidente Blatter. Só informa o total gasto com esse item. Até agora, os membros do comitê executivo tinham um salário menor e direito a bônus que variavam ano a ano e dependiam do lucro da entidade. Assim, ganhavam mais nos anos de Copa, pouco mais de US$ 200 mil na Africa do Sul, e menos em outros anos.
Novas regras do Comitê de Ética da federação internacional, que foram aprovadas para teoricamente moralizar a entidade, cortaram esses bônus. Mas Blatter, e o comitê de gestão aprovaram os aumentos salariais. O jornal também indicou que parte vencimentos seria pago em dinheiro vivo. A porta-voz da entidade disse que o procedimento padrão é fazer pagamentos por transferências bancárias.