Uruguaios e ingleses bebem com moderação e decepcionam vendedores

Luis Augusto Simon

Do UOL, em São Paulo

Uruguaios e ingleses, em perfeita harmonia e contrariando a fama de bons bebedores, fizeram uma enorme festa na rampa de acesso ao Itaquerão "bombado" para o jogo entre as seleções, que começa às 16h (horário de Brasília) e tem acompanhamento em Tempo Real pelo Placar UOL Esporte.

Havia 66 mil ingressos, praticamene quatro mil a mais que os 62.103 mil disponibilizados para Brasil e Croácia, na abertura do Mundial. O acréscimo de 6% foi conseguido com a diminuição de lugares para jornalistas, área Vip e também mesas que foram destinadas à imprensa.

A surpreendente falta de vontade em beber decepcionou os vendedores. "Acho que é o frio, assutou um pouco", disse Luiz Carlos, 56 anos. "Acho que esses gringos falam muito, compram uma cervejinha para tirar fotos e não bebem nada. Faturei muito mais com os brasileiros", disse Maria do Céu, 45 anos.

A confraternização era enorme. Gritos de "en-gui-land, en-gui-land se juntava a soy celeste, soy celeste, celeste soy yo".

Bastava um grupo de ingleses se reunir para uma foto para um uruguaio entrar no meio e atrapalhar tudo. E vice versa. Tudo terminava em abraços. Cruzados e índios charruas estavam unidos.

Além de torcedores dos dois times, havia muita gente com camisa do São Paulo, Corinthians e, surpreendentemente, do Juventus. Da Mooca. Pelo menos seis.

Os tricolores eram torcedores do Uruguai, em quase totalidade. "Temos de agradecer o que fizeram para nós. Eu vim incentivar o Lugano, que não vai jogar, e o filho do Forlán que jogou aqui quando eu era bem mais novo", disse Francisco de Souza, 64 anos, numa referência ao atacante Diego Forlán.

Os corintianos se revezavam entre a Celeste e o English Team. Mas as duas facções se uniam na reverência ao estádio. Não havia quem não parasse e tirasse uma foto junto ao Itaquerão. "Itaquerão, uma ova. Tem de falar o nome certo para ajudar o clube", disse Ricardo Sérgio, de 32.

Quem extrapolou no corintianismo foi uma das voluntárias. Instalada em uma cadeira alta distribuía "bienvenidos" e "welcomes" aos uruguaios e ingleses. "Viva a Copa no Brasil", gritava, até que escapou. "Vai, Corinthians". Deve ter saído da linha porque não quis dar seu nome para a reportagem.

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