Autor de gol sul-coreano é soldado e obrigado a jogar na 2ª divisão

Do UOL, em São Paulo

O goleiro russo Akinfeev não segurou bola fácil, e a Coreia do Sul abriu o placar na última terça-feira em Cuiabá - depois levaria o empate em 1 a 1. O frango acabou por garantir que um dos jogadores com uma das histórias mais curiosas da Copa não passasse o Mundial em branco.

Trata-se de Lee Keun-Ho. O sul-coreano de 29 anos marcou seu primeiro gol em Copas com um chute de longe, até fraco, e mostrou muita alegria na comemoração. Logo depois da festam, porém, fez um gesto de continência. E não foi de brincadeira.

É que Lee é soldado do exército no momento. Na Coreia do Sul, é obrigatório que todo homem cumpra 21 meses (ou um ano e nove meses) de serviço militar, entre a formatura no Ensino Médio e os 35 anos de idade.

Para que jogadores profissionais possam cumprir sua obrigação com o país, a Coreia criou o Sangju Sangmu FC, time que acolhe quem está "preso" no exército. Assim, Lee teve que ser emprestado pelo Ulsan Hyundai para atuar na segunda divisão coreana.

Isso fez com que um jogador campeão asiático de clubes e eleito o melhor jogador da "Libertadores" de lá fosse obrigado a deixar o principal nível do futebol local graças as leis de seu país – detalhe: ele escolheu que era a hora certa para isso.

O soldado que marcou o primeiro gol de seu país na Copa-2014 falou pouco, mas mostrou orgulho após a partida: "Esperei mais de quatro anos por isso. Fizemos nosso melhor", declarou.

Sobre a obrigação de atuar na segunda divisão, jamais disse ter se arrependido: "tomei essa decisão porque é a melhor hora para isso. Não quer dizer que desisti de jogar", declarou em dezembro de 2012.

E provou isso menos de dois anos depois, no principal palco do futebol mundial, a Copa do Mundo.

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