O técnico de seleção portuguesa, Paulo Bento, afirmou neste domingo, em Salvador, que só o "tempo" dirá se o atacante brasileiro  Neymar terá o sucesso alcançado pelo atacante português Cristiano Ronaldo, eleito o melhor jogador do mundo no ano passado.  Paulo Bento classifica Neymar como um "grande jogador", e diz que a sua mudança para o futebol europeu faz com que ele, neste momento, tenha uma experiência diferente.

"Não sei se pode chegar (ao nível de Cristiano Ronaldo). Só o tempo dirá", disse ele, para em seguida falar da importância de ter Ronaldo no time. "A seleção portuguesa tem hoje o melhor jogador do mundo. Temos uma boa seleção e ele tem uma participação bastante positiva. Esperamos fazer um bom mundial, primeiro com o objetivo de passar pela fase de grupos, depois para competir em igualdade com outras seleções. Os 23 jogadores que estão aqui querem que corra tudo bem", disse ele.

Paulo Bento diz que ter no time o melhor jogador do mundo em atividade não é garantia de que a equipe faça um grande mundial. Ele lembrou que em outros momentos a seleção portuguesa teve atletas nessas condições, mas sequer conseguia se classificar para os mundiais.

O atacante Figo foi eleito o melhor jogador do mundo em 2000, porém, dois anos depois a seleção portuguesa foi eliminada ainda na primeira fase da Copa do Mundo, disputada na Coréia do Sul e no Japão. Nos anos 60, o atacante Eusébio também foi considerado entre os melhores do mundo, mas disputou apenas a Copa de 1966, em que Portugal terminou em terceiro lugar.

Porém, Paulo Bento admitiu que ter o jogador na equipe influencia na forma de Portugal jogar. "Ele atingiu uma projeção que é mundial. Não se limita ao nosso país", analisa. "Temos de tentar fazer o melhor. A pressão que fazemos a nós próprios já chega. Mas seremos sempre melhores com um jogador como ele (Cristiano Ronaldo)", diz.

Para a estreia contra a Alemanha, nesta segunda-feira, Paulo Bento prevê dificuldades, mas afirma confiar em sua equipe.  "O que desejamos é realizar um bom jogo, competirmos bem. Colocar em prática aquilo que falamos. É um adversário competente e que está entre os favoritos para essa competição", disse ele, para, em seguida, se queixar pelo horário da partida, que está marcada para as 13h.

"Fazer jogos às 13h foi um prejuízo. Parece que não aprenderam com a Copa dos Estados Unidos. Essa não é a melhor forma de proteger o futebol, os atletas", reclamou.