É difícil descrever o cabelo de Marcelo Merino, uruguaio de 21 anos. Mas, para definir sem precisar de imagens, basta imaginar a bandeira do Uruguai. Listras em azul se completando em um sol amarelo. É exatamente isso. O motivo para 'desenhar' a bandeira do país na cabeça foi o que chama de 'loucura pelo Uruguai'. Motivado ou não por esta insanidade, ele crê no título mundial e evoca o fantasma de 50.

"Eu não pensei em mulher, não pensei em trabalho, não pensei em nada. Sou louco pelo Uruguai e resolvi trazer a bandeira na cabeça. Não levou muito tempo para fazer. Me orgulho disso e vou acompanhar a seleção em todos os jogos", disse rapidamente no aeroporto de Porto Alegre.

A chegada à capital do Rio Grande do Sul havia ocorrido há poucos minutos e logo ele partiria para o próximo destino: Fortaleza, onde o time celeste estreia diante da Costa Rica, no sábado, às 16h.

"Serão no mínimo 10 mil uruguaios por jogo. Estaremos em peso no Brasil. É um amor, uma loucura que o povo tem pela seleção", completou.

E a 'loucura' deixa os uruguaios ainda mais otimistas. Para voltar a conquistar uma Copa do Mundo, o fantasma de 50, ano em que a seleção venceu o Brasil na final levando o título no único Mundial disputado no país até hoje, é evocado.

"Se passarmos da primeira fase, somos campeões. Vai aparecer o fantasma de 50. Se passarmos da primeira fase, estamos na final, contra o Brasil, e daí vocês vão tremer", sorriu.

A primeira tarefa não será fácil. Para passar da primeira fase o Uruguai precisa superar Inglaterra, Itália e Costa Rica no grupo D da competição. Para enfrentar o Brasil apenas na final, o Uruguai precisa que ambos passem como líderes dos grupos, ou os dois passem em segundo. Se um for primeiro e o outro passar como vice, o confronto pode ocorrer antes da decisão.