Grupo tenta 'vaquinha' para livrar manifestantes detidos no Sul
Marinho Saldanha
Do UOL, em Porto Alegre
O grupo 'Manifesto Poa' não se diz ligado diretamente a nenhuma das facções que participou da manifestação em Porto Alegre nesta quinta-feira (12). Eles dizem que apenas defendem o direito de protesto para todas as pessoas. E para não perder interessados em buscar seus direitos nas ruas, o grupo organiza uma espécie de 'vaquinha' para pagar fianças e liberar os detidos pela polícia.
O protesto de Porto Alegre reuniu cerca de 400 pessoas no centro da cidade. Começou de forma pacífica, mas logo perdeu o tom. Vândalos depredaram containers de lixo, bancas de revista, uma lanchonete e uma agência bancária.
A ideia era caminhar até a Fan Fest da Fifa, realizada no Anfiteatro Pôr-do-Sol. Só que no meio do caminho, a polícia impediu a passagem dos manifestantes. O Batalhão de Choque formou barreira e usou bombas de efeito moral para dispersar os presentes, que responderam com pedras.
O resultado do confronto foi 13 detidos e 2 policiais feridos. "Através da mobilização de algumas organizações que compõem o Bloco, de alguns espaços libertários que existem na cidade, de pessoas autônomas e da atuação do GT Jurídico do Bloco, liberamos os dois compas (sic) que estavam esperando pelo pagamento da fiança. Em breve, eles estarão em casa e seguros", comemorou o perfil do Facebook.
Agora, as doações para pagamento de fiança visam a liberação do caso mais grave entre os detidos. Um dos manifestantes teve pena imposta de 10 salários mínimos. Sem condições de arcar com tal valor, ele foi encaminhado ao Presídio Central de Porto Alegre e atendido pela defensoria pública. Com objetivo de arrecadar a quantia, um telefone é cedido para doações.
A reportagem do UOL Esporte entrou em contato com o número disponibilizado na rede social. Um dos responsáveis pelo grupo atendeu e preferiu não se identificar. Disse que aquele número é restrito para receber informações sobre doações e não detalhou as ações para liberação dos demais detidos.
Não há nova manifestação marcada para Porto Alegre. Porém, no domingo, data em que França e Honduras se enfrentam no primeiro jogo da Copa do Mundo na capital gaúcha, ações devem ser organizadas pelos grupos que simplesmente tentam evitar o maior torneio do futebol mundial.