Zagueiro da seleção de 82 diz que faltou humildade na derrota para a Itália

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

  • Getty Images

    Luizinho, zagueiro da seleção na Copa do Mundo de 1982

    Luizinho, zagueiro da seleção na Copa do Mundo de 1982

Falcão, Sócrates, Cerezo, Zico, Éder e Serginho Chulapa. Essa era a formação de meio-campo e ataque que fez a seleção brasileira de 1982 ser inesquecível, apesar de não ganhar a Copa, e lembrada como uma das que apresentaram mais belo futebol na história da competição. Mas será que para faturar o título faltaram chutão e retranca na hora certa?

Um dos homens encarregados de segurar as pontas atrás entende que faltou sensibilidade aos jogadores e ao técnico Telê Santana para que o time mudasse o seu estilo no momento em que fosse necessário. Faltou humildade para aceitar se retrancar. Essa é a opinião do ex-zagueiro Luizinho, que formou dupla de zaga com Oscar.

O ex-jogador do Atlético-MG afirma que a derrota por 3 a 2 para o Itália poderia ser evitada se a equipe verde e amarelo aceitasse que em alguns momentos do jogo tinha que segurar o empate, resultado que lhe daria a classificação para a semifinal. Reclama que ainda assim o time quis atacar.

"Tem um lado negativo aí. Nós tivemos três oportunidades (de resultado) para se classificar. Três empates durante o jogo (que davam a classificação). E isso não aconteceu porque faltou humildade para todos nós, jogadores e comissão técnica. Não tivemos a consciência de que naquele dia nada daria certo. Faltou o treinador chamar os jogadores mais experientes que lá estavam e falar ´não vamos atacar porque a gente está se classificando´. Isso não aconteceu", falou Luizinho, em entrevista ao UOL Esporte.


"Faltou essa humildade para a comissão técnica, de treinador e jogadores mais experientes que nós tínhamos chegarem e falar´vamos jogar pelo resultado, mesmo com a superioridade que nós temos. Mas isso não aconteceu", reclamou.

Luizinho jogou por quase uma década no Atlético-MG e depois passou pelo Sporting, de Portugal, e pelo Cruzeiro. É um dos nomes menos lembrados quando se fala do histórico time de 1982. E diz que, infelizmente, a falta do título fez com que não tivesse uma projeção que merecia.

"Eu tive o privilégio de fazer parte de uma seleção que representou o país. Mas se você não ganha, é muito difícil de ficar lembrado e isso é cultural aqui. Infelizmente no Brasil é assim, mas a gente é lembrado até hoje pelo futebol que foi apresentado em 82, apesar de não ter conquistado o titulo mundial. Mas ficou aquela sensação que poderia ser diferente, paciência e a vida continua", declarou.

Luizinho trabalha atualmente na secretaria de esportes da cidade de Nova Lima (MG), cidade onde nasceu.

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